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Periódicos divulgam produção científica da
graduação e da pós-graduação

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“O que era realizado de modo mais informal, agora terá uma série de critérios de qualidade editorial e de padronização”

Professor Paulo Agostinho

Em 1990 nascia o primeiro periódico científico na Universidade, o Cadernos de Geografia, na época do Departamento de Geografia, e hoje pertencente ao programa de pós-graduação da área. Em poucos anos, foram surgindo os Cadernos de Arquitetura e Urbanismo, a Enfermagem em Revista, os Cadernos de História, a Scripta, a Horizonte, a Revista da Faculdade Mineira de Direito, dentre tantos outros. Hoje, são 26 periódicos, sendo metade produzida nos programas de pós-graduação stricto sensu e a outra parte em nível de graduação. O objetivo é divulgar a produção científica e promover uma reflexão crítica sobre as diversas áreas do conhecimento.

Essas publicações são avaliadas anualmente pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC-Qualis) e os documentos das áreas do órgão definem ainda uma série de regras, como periodicidade e cumprimento dos prazos, avaliação por pares, quantidade de textos, sobre endogenia, ou seja, que o periódico seja composto por no máximo 20% de artigos de professores do curso a que ele pertence, entre outras.

Na Universidade, a partir deste ano, as revistas serão regidas por políticas editoriais, definidas pelo Conselho Editorial da Editora PUC Minas, e gerenciadas pelo Núcleo de Apoio aos Periódicos, coordenado pelo professor Rodrigo Baroni, do Programa de Pós-graduação em Administração. De acordo com o professor Paulo Agostinho Nogueira Baptista, diretor da editora, o órgão chegou a fazer a editoria das revistas impressas até 2009, mas o crescimento do número de periódicos e o aumento dos custos impossibilitaram essa continuidade. A partir daí, as revistas ficaram sob os cuidados do Fórum de Editores da PUC Minas, com o apoio da Pró-reitoria de Pesquisa e de Pós-graduação (PROPPg), e implantou-se o Portal de Periódicos, levando as revistas para a publicação online, através do Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (Seer), do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict). “O que era realizado de modo mais informal, agora terá uma série de critérios de qualidade editorial e de padronização. Além disso, o Núcleo de Periódicos vai oferecer treinamento aos editores e estagiários desses periódicos, entre outras atribuições”, informa.

Avaliação feita pela Capes

Essas publicações recebem classificações das áreas de conhecimento dos periódicos na Capes, de acordo com os dados lançados na Plataforma Sucupira, que colhe a produção docente dos programas de pós-graduação. Tal classificação começa em “C” (sem classificação), a menor categoria, passando para “B5”, “B4”, “B3”, “B2”, “B1”, “A2” e “A1” (essas duas últimas se referem a periódicos com elevado impacto internacional).

O professor Paulo Agostinho afirma que, para a Capes, é importante que haja periódicos em todas as classificações. “O órgão acha que uma universidade deve ‘povoar’ todos os estratos. É importante ter revistas ‘B’, em diversos níveis, para que os alunos da graduação ou de pós-graduação possam publicar artigos. O importante é que a revista cumpra a função para aquela área, que é a produção do conhecimento. Além disso, os critérios de classificação são diferentes em cada uma das áreas, podendo haver diversas e variadas formas de exigência”, explica o diretor.

Publicações têm longo alcance

Ter um periódico científico é uma forma de disseminar conhecimento e colocá-lo de maneira pública, segundo o professor Paulo Agostinho. Principalmente neste momento, em que as publicações da Universidade se tornaram eletrônicas e deixaram de ser impressas, o que, para ele, aumenta ainda mais a visibilidade. A revista Horizonte, do Programa de Pós-graduação em Ciências da Religião, que tem como editor o próprio professor, exemplifica o alcance a que se podem chegar essas publicações: “Em 2015, a Horizonte teve 52 mil acessos, em 83 países. Já foram e são publicados artigos em inglês, francês, italiano e espanhol”. Única Qualis A1 da área de Ciências da Religião e Teologia no Brasil e da Universidade com essa classificação, a revista teve como primeiro editor o reitor da PUC Minas, professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, em 1997.

O pró-reitor de Pesquisa e de Pós-graduação, professor Sérgio de Morais Hanriot, afirma que hoje é uma preocupação da Universidade focar mais na qualidade dos periódicos e menos na quantidade. De acordo com ele, ter boas publicações é importante tanto para o curso quanto para os professores e alunos. “Quanto mais publicarmos em revistas qualificadas, maior é o peso que se atribui à nota do programa. Além disso, quanto mais o professor publicar nessas revistas, melhor será a sua avaliação individual e assim ele poderá pleitear mais recursos de pesquisa, pois isso é levado em consideração”, afirma. Da mesma forma, no que se refere aos alunos, o pró-reitor ressalta que a participação deles nos artigos é uma condição ressaltada e avaliada pela Capes: “Na maior parte das vezes, no mestrado e no doutorado, é o trabalho desse aluno, junto com orientação de um professor, que vai gerar essa publicação. Então, é o nome do aluno que está lá e ele está se qualificando. Esse é um dos objetivos”, ressalta.

Porém, o pró-reitor lembra que para os cursos terem um periódico não é uma tarefa fácil, pois envolve grande doação dos professores e dos editores. Para o professor Paulo Agostinho, é inerente à profissão do professor universitário pesquisar e divulgar o conhecimento, e as revistas científicas são excelentes canais para isso: “Quando se quer saber e conhecer as novidades da ciência, os pesquisadores vão consultar primeiro as revistas mais qualificadas, pois lá está o que há de mais atual sobre determinado assunto”.

 

Texto
Tereza Xavier
Fotos
Marcos Figueiredo
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