Pós-graduação Cultura de prevenção
Cursos de especialização em engenharia atuam para evitar acidentes
Acontecimentos trágicos, desastres ambientais e dados alarmantes mostram que o Brasil apresenta uma cultura de prevenção ainda pouco desenvolvida. O país ocupa o quarto lugar no ranking mundial de acidentes de trabalho e tem em sua história tragédias marcantes, como os incêndios na boate Kiss e, mais recentemente, no Museu Nacional, no Rio de Janeiro. Dessa maneira, a PUC Minas busca, por meio de cursos de pós-graduação lato sensu, contribuir para o amadurecimento da cultura prevencionista com a qualificação de profissionais para atuarem de maneira eficiente em um mercado em larga expansão.
Daniel Silva Albuquerque é aluno da especialização em Engenharia de Proteção contra Incêndios, do Instituto de Educação Continuada da PUC Minas – IEC. Formado em Engenharia Civil, viu no curso uma oportunidade de expandir sua atuação na área. “Atualmente, ocupo o cargo de engenheiro civil e desenvolvo projetos de prevenção e combate a incêndios nos segmentos industriais, com foco em mineração e construção civil”, conta. Para a professora Célia Diniz Soares, coordenadora dessa e de outras duas especializações com a temática de prevenção, esses cursos possuem diferenciais para qualificar e habilitar, de fato, o profissional para atuar na precaução de acidentes. “A estrutura oferecida pelas especializações prevencionistas da PUC Minas permite aos alunos colocarem em prática a teoria estudada, com atividades e projetos que retratam os desafios que eles encontrarão no mercado de trabalho”, explica.
Além da engenharia contra incêndios, a PUC Minas oferta atualmente as especializações em Engenharia de Segurança do Trabalho (também na modalidade de ensino a distância, pela PUC Minas Virtual), Higiene Ocupacional e Perícias – coordenadas pela professora Célia – e Gestão de Riscos de Desastres e Continuidade de Negócios, com a coordenação do professor Moisés Airto Severo Dornelles.
Segundo o professor Jorge Augusto Pereira Rodrigues, que leciona a disciplina de Gerência de Riscos no curso de Engenharia de Segurança do Trabalho, o mercado é promissor em virtude da crescente preocupação das instituições em cumprir as normas regulamentadoras. “Tem-se priorizado cada vez mais a segurança dentro das empresas, pois acidentes ocorridos podem acarretar em severos impactos econômicos, políticos e sociais. Além disso, a redução de acidentes pode facilitar o acesso a linhas de créditos e reduzir alíquotas de seguros”, explica.
Mesmo com essa preocupação crescente, o Brasil registrou cerca de 4,7 milhões de acidentes de trabalho em um período de seis anos, de 2012 a 2018, de acordo com os dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho. “Em face à atual situação, é necessário que as universidades preparem seus egressos das áreas de prevenção para que estejam habilitados, mas, para além dessa preparação de mão de obra verdadeiramente qualificada, existem outros fatores primordiais, como uma maior fiscalização”, declara o professor Jorge Augusto.
“O incêndio no CT Ninho do Urubu, do Flamengo, por exemplo, foi mais um caso de negligência e falta de fiscalização”, afirma o aluno Daniel Silva. Para ele, todo esse importante segmento da engenharia ainda é bastante carente e necessita de novas técnicas para difundir a cultura de prevenção.
Saiba mais