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Acolhimento Espaço de contemplação e convivência

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Projeto Arquitetônico do Centro de Espiritualidade Jesus Pão da Vida

Aberto à comunidade externa, Centro de Espiritualidade contribuirá com missão da Pastoral Universitária

“A igreja é a casa da palavra, do pão, da caridade e a casa da missão. E é esta a missão do Centro de Espiritualidade Jesus Pão da Vida. Ser casa, ser a dimensão eucarística da espiritualidade”, anuncia o reitor da PUC Minas e bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães, referindo-se ao templo a ser inaugurado neste ano no Campus Coração Eucarístico. O espaço, com capacidade para 460 pessoas, abriga também a Pastoral Universitária do Campus Coração Eucarístico. “É um local de contemplação e de convivência. Um presente para a comunidade acadêmica”, comemora a professora Rosélia Junqueira Carvalho Rodrigues, coordenadora da Pastoral Universitária no Campus Coração Eucarístico e na Unidade São Gabriel. “A espiritualidade eucarística está arraigada aqui no bairro. O Centro de Espiritualidade certamente será um espaço privilegiado onde as ações da Pastoral Universitária poderão fortalecer esta identidade junto aos alunos e toda a comunidade acadêmica da PUC Minas”, explica Rosélia.

A Pastoral Universitária da PUC Minas, criada em 2006, tem hoje a sua missão alicerçada nas Novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil aprovadas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil para o quadriênio 2019 – 2023. Essa ação é definida como espaço aberto para laços humanos profundos, cooperação entre todos. “Vimos para a Universidade para nos alimentarmos da palavra, do conhecimento, das tecnologias, da convivência, do humanismo e do pão. Nosso papel enquanto Pastoral Universitária é o de incentivar os alunos a cultivar o encontro, a aproximação humanística. Se nos aproximamos, percebemos a necessidade do outro, podemos compartilhar com mais confiança”, diz Rosélia. A professora afirma também que a Pastoral é um importante espaço para facilitar o diálogo entre o conhecimento e a fé. “Queremos possibilitar esse diálogo e ajudar as pessoas a descobrirem a interface entre as dimensões biofísica, intelectual e espiritual, a fim de que possam construir um projeto de vida mais coerente e uma fé mais madura”, destaca.

Essa construção conjunta acontece através de momentos de meditação, leitura orante, encontros entre grupos de alunos, professores e funcionários e outras iniciativas. Um exemplo destes espaços de construção é o grupo Espiritualidade Ecológica, realizado em parceria com o projeto Universidade Sustentável, no Jardim Sensorial do Curso de Ciências Biológicas. O grupo, que se reúne mensalmente, promove momentos de reflexão inter-religiosa sob o prisma da sustentabilidade. “Existe uma intolerância religiosa que podemos desconstruir a partir da percepção de que podemos viver em comunhão em uma casa comum. Nossas reflexões partem desses preceitos”, explica o aluno Richard Afonso Moreira, do Curso de Geografia, um dos mentores do grupo.

Projeto em conceito aberto

A proposta arquitetônica do novo Centro de Espiritualidade foi desenhada para contribuir com a missão da Pastoral Universitária e acolhimento desses diversos grupos. “O projeto é em conceito aberto. Através da porta de vidro é possível ver todo o espaço. O espelho d’água reflete a imagem da construção e é um convite à visitação. O domus, que é uma cobertura em policarbonato, permite a passagem de luminosidade e filtra o calor do sol. Ele tem o desenho no formato de uma corneta de querubim. Todos esses elementos garantem um ambiente mais acolhedor e intimista”, explica a arquiteta da Pró-Reitoria de Logística e Infraestrutura da Universidade responsável pelo projeto, Karen de Rosa Lima. Houve também um trabalho de adequação do espaço no entorno do Centro. “Todo o paisagismo foi refeito. Plantamos ipês e palmeiras e retiramos o asfalto do entorno. A circulação de veículos foi reduzida, criando uma esplanada para os pedestres. A instalação de um café na varanda também tem o objetivo de tornar o espaço de uso constante, onde as pessoas podem descansar”, completa. A Central de Informações da Universidade ganha uma nova estrutura próxima ao Centro de Espiritualidade, recebendo os visitantes.

O Centro de Espiritualidade está localizado na entrada principal do Campus Coração Eucarístico, à frente do conjunto arquitetônico tombado desde 1992 pelo Patrimônio Histórico e Cultural do Município de Belo Horizonte. Por isso, a obra passou por um detalhado processo de aprovação junto à Diretoria de Patrimônio da Prefeitura de Belo Horizonte. “Poucas pessoas sabem que no projeto original de construção do seminário, datado das décadas de 1920 e 1930, o espaço onde hoje está o Centro de Espiritualidade foi reservado para a construção de uma igreja em estilo gótico. Por isso, este local foi escolhido para a construção do Centro de Espiritualidade”, explica o pró- reitor de Logística e Infraestrutura da Universidade, professor Rômulo Albertini Rigueira. “Este foi um dos desafios da obra. Preservar a fachada original e criar um projeto em que uma edificação moderna convivesse com o tradicional de forma harmônica”, destaca. Para valorizar a fachada do conjunto arquitetônico, foi desenvolvido um projeto especial de iluminação.

Cícera Botelho Frazão, pastoralista da Pastoral Universitária e aluna do Curso de Administração, lembra que a localização do Centro de Espiritualidade é uma oportunidade de fazer acontecer a missão da Pastoral sem precisar falar de religião. “O espaço fala por si só. Quando usamos este espaço para propiciar momento de partilha, de roda de conversa, de meditação, ele vem como uma oportunidade de convivência, de fazer acontecer a nossa missão”, explica.

O Centro de Espiritualidade Jesus Pão da Vida foi o último a ser inaugurado, uma vez que os outros campi e unidades da Universidade já possuem tal estrutura. Todos os centros têm nomes que fazem referência a facetas de Jesus. Para a professora Rosélia, o Centro de Espiritualidade é um grande presente que a Arquidiocese, através da Reitoria e da administração superior, oferece para a comunidade. “As duas rampas que rodeiam o Centro é como se fossem os braços da Universidade acolhendo quem chega para compartilhar conosco de uma grande missão”, conclui.

Texto
Michelle Stammet
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