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Economia Finanças bem administradas

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As gêmeas Ana Luiza e Gabriela, com a mãe: consumo mais consciente depois de participar das oficinas de educação financeira

Professores da Universidade promovem oficinas sobre educação financeira para jovens do ensino médio

Aprender concordância gramatical ou operações matemáticas na escola já é de se esperar. Mas estudar como lidar com o próprio dinheiro ainda não é uma rotina comum nas escolas brasileiras, principalmente quando se refere a adolescentes. Foi exatamente o interesse em aprender a gerir o próprio dinheiro que levou as irmãs gêmeas Ana Luiza e Gabriela Soares, 16 anos, a se inscreverem nas aulas de educação financeira, no Colégio Santa Maria, onde as jovens estudam, oferecidas pelo projeto de extensão da PUC Minas Educação Financeira para Jovens.

O objetivo do projeto, criado em 2014 a partir de uma parceria entre a Pró-reitoria de Extensão e o Departamento de Ciências Econômicas da PUC Minas, é preparar os jovens para uma vida financeira de sucesso. As atividades são direcionadas a alunos do ensino médio de escolas públicas ou privadas. “Nossa intenção é ensinar os adolescentes a terem um cuidado com as finanças, com gastos e também com suas aplicações”, explica o professor Flávio Constantino, coordenador do projeto.

São oferecidos dois módulos: no primeiro, de 12 horas, são abordados temas como a importância e o papel da educação financeira, funcionamento do sistema bancário, papel do marketing, controle de receitas e despesas, entre outros conceitos básicos. No segundo módulo, de seis horas, há temas como funcionamento da bolsa de valores e outros investimentos.

Em ambos os módulos são oferecidas aulas teóricas e práticas para os adolescentes. “Mostramos aos alunos a importância de se ter controle sobre o orçamento”, explica Carolina Rocha, aluna do 4º período do Curso de Ciências Econômicas e extensionista do projeto Educação Financeira para Jovens. “Pude aplicar o conhecimento teórico da sala de aula, ensinando os adolescentes, mas também aprendendo com eles”, afirma.

“Nossa intenção é ensinar os adolescentes a terem um cuidado com as finanças, com gastos e também com suas aplicações”

Professor Flávio Constantino
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Para os pais dos adolescentes também pode ser uma oportunidade de reciclar o que se sabe sobre economia, já que os filhos passam a entender mais sobre o assunto. “Participar da oficina de educação financeira abriu um novo leque na vida delas. Elas aprendem sobre finanças pessoais, conseguem participar mais do orçamento de casa, entendem sobre os gastos, dão ideias de onde podemos economizar. E passam a entender a economia do país”, explica Viviane Soares Castro, mãe de Ana Luiza e Gabriela.

Despertar o interesse dos jovens para que voltassem à escola no contra turno foi o maior desafio, porque os adolescentes descartam, com facilidade, as atividades que não prendem a atenção deles, como explica Alessandra Barcelos Andrade, coordenadora do ensino médio do Colégio Santa Maria Nova Suíça, onde estudam Ana Luiza e Gabriela. “Mas tivemos uma boa aceitação por parte dos alunos. Tanto que este é o segundo ano que temos a oficina no colégio”, explica.

A ideia do projeto é fazer com que o jovem se transforme em um multiplicador e que leve o que aprendeu no curso para dentro de casa, assim como Ana Luiza e Gabriela. “Queria ajudar a minha mãe nas contas de casa. É preciso saber economizar e gastar o dinheiro com o que realmente é necessário”, explica Gabriela. A irmã concorda e ainda reforça a importância do investimento. “Precisamos fazer planilhas, ter controle sobre os nossos gastos, ter um planejamento e conhecer a melhor maneira de investir o que a gente tem”, completa Ana Luiza. A mãe afirma que as meninas sempre foram atentas, mas que, depois de participarem das oficinas de educação financeira, percebe um consumo mais consciente. A intenção do projeto é proporcionar aos jovens uma vida próspera. “Esse é um assunto muito tratado por nós no Curso de Ciências Econômicas. E, por meio desse projeto, contribuímos para melhorar a vida das pessoas e fazer com que elas entrem em um círculo de prosperidade”, conclui Flávio.

Educação financeira nas escolas

Em 2010, foi lançada a Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef), uma política pública com a finalidade de promover a educação financeira e previdenciária, aumentar a capacidade do cidadão para realizar escolhas conscientes sobre a administração dos seus recursos e contribuir para a eficiência e a solidez dos mercados financeiro, de capitais, de seguros, de previdência e de capitalização. Uma das propostas da Enef é o Programa Educação Financeira nas Escolas, que tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento da cultura de planejamento, prevenção, poupança, investimento e consumo consciente.

 

Trilha do equilíbrio financeiro

  • Não gaste mais do que você ganha.
  • Evite comprar coisas de que você não precisa.
  • Antes de comprar, procure se informar sobre os preços dos produtos que você deseja.
  • Contabilize seu orçamento todo mês.
  • Dê preferência aos pagamentos à vista ao invés dos pagamentos a longo prazo, para evitar o pagamento de juros.
  • Planeje seus gastos no longo prazo.
  • Tenha objetivos e trace metas tangíveis em relação ao que você deseja fazer com seu dinheiro e busque sempre alcançar seus objetivos.
Texto
Bruna Santos
Fotos
Marcos Figueiredo
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