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Profissão Frota aérea bem cuidada

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Manutenção é foco de cursos de master e graduação em aeronáutica

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Professor Luís Henrique Santos: “As empresas aéreas descobriram que é possível reduzir o custo operacional aprimorando os processos de manutenção”

Atualmente, a manutenção é considerada uma área estratégica em diversos segmentos da indústria, e não poderia ser diferente no campo da aviação. “As empresas aéreas descobriram que é possível reduzir o custo operacional aprimorando os processos de manutenção. Gastar com qualidade dentro deste mercado competitivo é um fator importante diante do cenário macroeconômico que vivemos”, defende o professor Luís Henrique Santos, coordenador dos cursos de graduação e master em Engenharia Aeronáutica da PUC Minas.

O Curso de Master em Engenharia Aeronáutica com ênfase em manutenção, o primeiro de Minas Gerais, que teve início em setembro de 2015, vem ao encontro de uma tendência das empresas de buscar profissionais que tenham conhecimento para otimizar a manutenção das aeronaves. O foco principal do curso é conhecer o funcionamento da máquina para manter a qualidade e segurança operacional, sem esquecer a sustentabilidade do negócio.

Com duração de dois anos, o curso de master apresenta a operação dos sistemas que compõem aviões e helicópteros para que o profissional tenha conhecimento necessário para executar uma boa gestão da frota. “Para os profissionais que já são da área, esse curso é muito interessante no sentido de trazer novos conceitos e atualidades do mercado, e ainda proporcionar uma visão mais gerencial dos processos que permeiam o campo da manutenção aeronáutica. Para os profissionais que não são da área, como engenheiros civis, do Direito e da Psicologia, por exemplo, o curso também é interessante por proporcionar uma visão ampla da aviação, abrindo mais um nicho de mercado”, explica o professor Luis Henrique.

O engenheiro de manutenção de aeronaves da Azul Linhas Aéreas, Bruno Luis Soares, decidiu fazer o curso de master porque está em busca de mais conhecimentos técnicos e atualização no meio acadêmico dentro da área de atuação. Ele atesta que o curso de master da PUC Minas atende a demanda do mercado por profissionais especializados em Engenharia Aeronáutica, oferecendo a vivência profissional e os conhecimentos práticos, aliados à troca de experiência dos próprios alunos que trabalham no ramo da aviação (manutenção, engenharia, provedoria, pilotos). “Além da interação e troca de informações sobre o mercado da aviação e tecnologias, já utilizo em meu cotidiano conhecimentos como Legislação Aeronáutica, estudo sobre implantação e Certificação Iosa (Iata Operational Safety Audit)”, destaca Bruno.

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"Fiquei encantada. Todos os professores têm uma enorme preocupação em preparar o profissional para a real necessidade do mercado. Isso tem feito toda a diferença”

Priscila Santiago Neves

Já a engenheira civil Priscila Santiago Neves, apesar de não ser da área, decidiu fazer o curso por vislumbrar um potencial muito grande no mercado da Engenharia Aeronáutica. “No momento trabalho na construtora Barbosa Mello como engenheira trainee. É uma empresa de construção pesada que não se relaciona com o assunto abordado, mas indiretamente os conceitos do curso estão alterando a minha postura como profissional”, diz a engenheira. Quando se formou em Engenharia Civil pela PUC Minas, em 2014, o mercado já estava em crise, lembra Priscila, e ela sabia que não poderia adiar o curso de pós-graduação. “Então conheci o Curso de Master em Engenharia Aeronáutica em uma palestra da PUC. Fiquei encantada. Todos os professores têm uma enorme preocupação em preparar o profissional para a real necessidade do mercado. Isso tem feito toda a diferença.”

Em relação ao futuro, como engenheira civil, ela conta que tem interesse em atuar na infraestrutura aeroportuária, que também é um mercado promissor: “E o curso sem dúvida está me capacitando para isso”.

Cidade aeroportuária em Confins

Dentro desse quadro positivo na área de aviação, a criação da Aerotrópoli, ou cidade aeroportuária, em Confins, aponta uma perspectiva de crescimento muito grande na área, em Minas Gerais, na visão do coordenador Luís Henrique. Esse conceito, segundo ele, busca atrair uma série de indústrias, principalmente nos setores de alta tecnologia, responsáveis pela fabricação de produtos de alto valor agregado, como e-commerce, telecomunicações e logística, centros de distribuição, biotecnologia, entre outros, que dependem da alta conectividade para o sucesso de seus negócios.

No projeto, a produção será escoada pelo porto seco, ou terminal de cargas, interestaduais e até internacional. Uma vantagem será a logística integrada com facilitação alfandegária para agilizar o processo. “Não há dúvida de que esta estrutura intensifica a operação aérea de cargas com a chegada de matéria-prima e saída de produto manufaturado, assim como o fluxo de passageiros”, defende.

Para o coordenador do curso, esse momento de desaceleração da economia pode ser utilizado para o profissional se capacitar e estar preparado para quando as oportunidades surgirem. “Profissionais que possuem uma boa qualificação se destacam em momentos difíceis, abrindo um leque de oportunidades. Não há crise para profissionais bem formados”, acredita.

Graduação na área no São Gabriel

A PUC Minas oferece ainda, nessa área, o curso de graduação em Engenharia Aeronáutica, na Unidade São Gabriel, com um enfoque maior em manutenção de frota. A primeira turma teve início em fevereiro deste ano e passará por um ciclo básico de disciplinas de engenharia, mesclando com a prática em laboratórios, e depois encontrará matérias específicas da área de engenharia aeronáutica. “As outras universidades focam muito em projeto de aeronaves, e o curso da PUC, que também terá projetos, contará com um enfoque maior em manutenção para atender essa área muito demandada pelo mercado. Está prevista a construção de um hangar no São Gabriel, que contará com um modelo de aeronave e laboratórios junto às salas de aula, possibilitando uma visão bem completa do processo pelos alunos”, explica o professor Luís Henrique.

Texto
Mariana Zocratto
Fotos
Marcos Figueiredo
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