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Finanças Gestão ambiental em casa

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O contador Ronilson Mendes de Almeida é um dos integrantes do projeto e economiza 600 litros de água por semana, para reaproveitamento

Projeto capacita famílias para a gestão responsável do meio ambiente com foco no planejamento financeiro

“O importante é que todos os membros da família se sensibilizem com a causa e sejam conscientizados, já que isso tem um papel decisivo nas tomadas de decisão coletivas para uma melhor gestão dos recursos ambientais”

Professora Silvana Figueiredo

Emissão de poluentes, lançamento de dejetos nos rios e reciclagem são temas de recorrentes estudos e análises dos profissionais de áreas ligadas à preservação ambiental, mas a iminente necessidade de intensificar os cuidados com o planeta vem ampliando a abrangência do assunto, que passa a ser tratado por especialistas de campos que aparentemente não têm relação alguma com o tema. A professora Silvana Maria Figueiredo Santos, da graduação a distância em Ciências Contábeis da PUC Minas Virtual, curso que completa dez anos neste semestre, garante que Contabilidade e meio ambiente têm tudo a ver, sobretudo quando se fala em desenvolvimento sustentável, seja nas organizações ou no âmbito familiar.

Para trabalhar este novo foco dado às Ciências Contábeis, a Universidade desenvolve a atividade de extensão Gestão Ambiental Familiar com Foco no Planejamento Financeiro, orientada pela professora Silvana Figueiredo, como parte do conteúdo avaliativo do curso a distância. Os alunos acompanharam e orientaram de perto as famílias selecionadas para participarem do projeto, com o objetivo de promover a gestão responsável dos recursos naturais no ambiente familiar, ao mesmo tempo em que os envolvidos usufruem dos benefícios econômicos oriundos de práticas sustentáveis.

“Cada ser humano, cada família e cada comunidade atua sobre o meio ambiente, alterando-o, causando impactos locais, regionais e mundiais. A contabilização desses impactos é de fundamental importância para a avaliação da saúde do planeta e para a elaboração de medidas de prevenção e minimização. As Ciências Contábeis contribuem neste sentido”, explica a professora.

Um dos participantes do projeto é o contador Ronilson Mendes de Almeida, que mora no bairro Vila Pérola, em Contagem, com sua esposa e três filhas. “A educação, neste contexto, é um elemento indispensável para a transformação da consciência ambiental e este projeto da PUC Minas Virtual tem como um de seus objetivos oferecer educação às famílias por meio do compartilhamento de conhecimentos. Desde que começamos a armazenar em tonéis a água que seria desperdiçada, para reaproveitamento, economizamos em média 600 litros por semana, o que significa economia de recursos ambientais e financeiros”, afirma Ronilson.

O contador diz que a família sempre teve o cuidado de evitar desperdícios, mas percebeu, por meio do projeto, que sempre é possível reduzir ainda mais os gastos e ser mais sustentável. “Embora tivéssemos essa preocupação, nós nunca paramos para pôr na ponta do lápis o que essas atitudes representam em termos de economia para a família. O projeto veio trazer mais esta contribuição: evidenciar ainda mais que, ao economizarmos recursos ambientais, também economizamos recursos financeiros”.

Para a professora Silvana Santos, a gestão sustentável da família deve ser adotada por hábito, tornando-se parte da cultura familiar. A educação ambiental, ligada à gestão da família, faz parte do que se pode chamar de tripé da sustentabilidade, que envolve a parte econômica, a responsabilidade social e a preservação ambiental. Todos os três pilares precisam estar em sintonia para que a atitude sustentável seja alcançada. O privilégio de investimento em uma das áreas gera desequilíbrio, o que faz com que as ações dos indivíduos, das famílias e das empresas não atinjam a sustentabilidade.

“O importante é que todos os membros da família se sensibilizem com a causa e sejam conscientizados, já que isso tem um papel decisivo nas tomadas de decisão coletivas para uma melhor gestão dos recursos ambientais, o que indiretamente acaba gerando economia para eles. Não adianta apenas um membro da família fazer a sua parte. O envolvimento de todos é imprescindível, conta Andreza Almeida, aluna do Curso de Ciências Contábeis, que acompanhou e orientou duas famílias. “Cada pessoa deve entender como a questão ambiental afeta especificamente a sua vida e este trabalho desenvolvido pela professora Silvana pode gerar metodologias de trabalho para novos multiplicadores. A partir do momento em que os membros da família comprovam a eficácia das suas práticas, novos multiplicadores e novas ideias podem aparecer.”

Para a realização do projeto, os alunos selecionaram as famílias nos diversos estratos sociais, aplicaram questionários específicos com a finalidade de sistematizarem a melhor metodologia a ser aplicada em cada família, fizeram o acompanhamento e a capacitação de cada uma delas sobre como melhor organizar os recursos financeiros, planejamento financeiro familiar, gestão dos recursos naturais, boas práticas em economia doméstica e sustentabilidade, entre outros, além de elaborarem, juntos, planos de ação e de atividades para o cumprimento das proposições estabelecidas. A ideia é compartilhar um conhecimento para ser apropriado e customizado criticamente pelas famílias para a implementação no dia a dia.

“No âmbito organizacional, podemos dizer que é imprescindível o uso das ferramentas contábeis para a medição dos impactos causados pela atuação de uma determinada empresa ao meio ambiente, para que ela possa trabalhar de forma responsável, levando em consideração os princípios fundamentais da contabilidade, que dizem respeito à responsabilidade em relação aos impactos ambientais e seus efeitos, entre outros.

Dessa forma, é correto dizer que a Contabilidade Ambiental é um ramo da Contabilidade capaz de evidenciar que ela não é só uma ciência exata, mas também uma ciência social. “Ela tem o importante papel de mostrar que a Contabilidade é capaz de mensurar qualquer impacto causado no meio ambiente. Esta atividade, em específico, possibilitou aos alunos verem isso na prática, além de ter permitido que eles se atentassem para o caráter social da profissão. É muito importante que a formação técnica de nossos alunos esteja atrelada ao desenvolvimento ético, pessoal e humanístico”, finaliza Silvana.

De acordo com a professora Josmária de Oliveira, coordenadora do Curso de Ciências Contábeis a distância, “a Universidade entende a extensão como um dos pilares do seu modelo educacional, ao lado da pesquisa e do ensino. Nesse sentido, o curso, tendo em vista a inserção de seus alunos no contexto socioeconômico e ambiental da atualidade e o poder transformador, agregador e ressignificador da interação entre a Universidade e a comunidade além-muros, entende a importância da atividade extensionista e cada vez mais a insere na grade curricular”. Além desse projeto coordenado pela professora Silvana, em seus dez anos de existência o curso já desenvolveu diversas outras atividades junto à comunidade, como é o caso do Repensando o Orçamento Familiar por meio de uma Metodologia Participativa. “A importância de se trabalhar o tema sustentabilidade em uma atividade de extensão com as famílias selecionadas é de extrema relevância, pois é no seio da família que estão os futuros gestores de novas famílias, de empresas, do poder público, entre outros”, conclui a professora Josmária.

Texto
Rennan Antunes
Fotos
Marcos Figueiredo
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