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Semana de Ciência, Arte e Política Reflexões sobre o mundo contemporâneo

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A vice-diretora da Escola Estadual Zilda Arns, Vilma Mateus, cuja instituição recebe as oficinas da Scap: “O resultado pedagógico é sempre positivo”

Scap discute temas da atualidade, buscando propostas para transformar a realidade

A integração entre Ensino, Pesquisa, Extensão e Pastoral é o cerne da Semana de Ciência, Arte e Política, realizada pela PUC Minas São Gabriel. Em 2015, a unidade realizou a 7ª edição do evento que, além do tradicional formato de conferências, também debate os temas com a realização de oficinas para o público interno e comunidade e atividades culturais. O tema deste ano, Mundo por Vir, discutiu novas alternativas e formas de resistir e reexistir diante da crise socioambiental, política e econômica no Brasil e no mundo. Desde 2012, o evento passou a contar com a chancela e apoio das pró-reitorias de Extensão e de Pesquisa, Pastoral PUC Minas e PUC TV. As edições também resultaram em anais científicos com registro ISBN.

“Nosso objetivo com a Scap é garantir a formação mais contemporânea do nosso aluno através de temas universais. Mas não queremos discutir apenas o que está acontecendo na nossa sociedade ou no mundo em que vivemos, queremos ouvir novas propostas, saber o que está sendo pensado de novo para transformar nossa realidade”, afirma o diretor acadêmico da Unidade São Gabriel, professor Cláudio Listher Marques Bahia.

As atividades são planejadas e organizadas com o envolvimento de todos os cursos da unidade. Tema e seus desdobramentos são pensados de forma interdisciplinar. Professores de vários cursos da unidade passaram a integrar as atividades da Scap ao conteúdo em sala de aula. O professor Rubens Ferreira, do Curso de Psicologia, utilizou o café da manhã na praça, atividade de encerramento do evento em 2014 que aconteceu na principal praça do bairro, como prática de observação em sua disciplina. “A proposta do evento se encontrava com os objetivos da disciplina. Alguns alunos se mostraram resistentes no princípio, mas quando voltaram para sala de aula manifestaram o quanto a experiência havia sido rica. Atividades como essa são formas de estimular o envolvimento do aluno na disciplina”, explica o professor.

As políticas das diversidades, o resgate de comunidades e culturas à margem das hegemonias, a descentralização do poder e a abertura a novas formas de pensamento em busca de novas propostas são pontos em comum nas discussões das quatro últimas edições. Os temas abordados estão em conformidade com as diretrizes do Ministério da Educação (MEC) no que diz respeito à formação geral dos alunos e mereceram destaque na avaliação de cursos da unidade.

Envolvimento da comunidade

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Para a assistente social e artesã Carmélia Ribeiro, participar da Scap, além das vendas no local, é uma forma de divulgar o trabalho

A comunidade da região é envolvida em diversas atividades durante o evento. São ofertadas oficinas, dentro e fora da unidade, sobre os mais diversos temas destinadas a alunos e professores de ensino fundamental e médio, jovens e adultos das comunidades do Beira Linha e de outros bairros da região. As oficinas são parte do projeto Scap Lá e Cá e acontecem tanto nos espaços da comunidade quanto dentro da Unidade São Gabriel. A vice-diretora da Escola Estadual Zilda Arns, Vilma Mateus, afirma que as oficinas são um momento de interação da teoria aprendida em sala de aula com a realidade do dia a dia. “Percebemos que os alunos demonstram maior interesse por alguns conteúdos após a vivência prática em algumas oficinas. Há quatro anos recebemos na nossa escola as oficinas da Scap e o resultado pedagógico é sempre positivo”, afirma.

A comunidade da região também participa do evento através da exposição e venda de produtos na feira de artesanato e comida. A assistente social e artesã Carmélia Felizardo Ribeiro, moradora do bairro São Gabriel e criadora do Ateliê Menina Flor, diz que participou pelo quarto ano da Scap e que, além das vendas no local, a presença é uma forma de divulgar o trabalho. “Participo da Scap em setembro, mas durante todo o ano recebo diversas encomendas de pessoas que conheceram meu trabalho aqui. É muito gratificante ter o trabalho valorizado”, explica. O Ateliê Menina Flor é uma iniciativa sem fins lucrativos. O valor arrecadado na venda dos produtos é revertido na realização de Oficinas de Memória, realizadas com senhoras da comunidade com o objetivo de resgatar, pelas lembranças e recordações, histórias e experiências de vida. A ideia é proporcionar, com as dinâmicas oferecidas, recursos que estimulem a memória, área cognitiva, atenção, concentração. O grupo se reúne na Fundação Metodista de Ação Social e Cultural do bairro São Gabriel.

Na área cultural, a programação fica por conta dos artistas do Centro Mineiro de Cultura, o antigo Curral do Samba. O espaço é reconhecido como o berço do samba na capital mineira. Hoje, o Centro Mineiro é uma iniciativa de promoção do samba e de formação de novos artistas.

Para envolver e convidar a comunidade a participar, no sábado anterior ao evento acontece o cortejo, que circula pelas principais ruas do bairro, com muita música. O circuito Bim&Now acontece na portaria principal da unidade e também é um convite à participação da comunidade.

Texto
Michelle Stammet
Fotos
Marcos Figueiredo
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