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Tecnologia Uso inteligente da informação

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O Big Data está criando um mercado de trabalho forte nos mais variados contextos e setores

“Se antes os profissionais se candidatavam à vaga, agora, com a nossa plataforma, ajudamos as empresas a encontrarem o perfil mais adequado para as vagas”

Fellipe Couto

Conectados à rede, todos nós estamos gerando quantidades gigantescas de dados sobre nossas preferências, necessidades e hábitos de consumo. O resultado disso, conhecido como Big Data, é muito valioso para as empresas. “Um dos grandes desafios das organizações é criar uma cultura que valorize e entenda a real importância dos dados para a gestão. Os dados são hoje a principal fonte para que as empresas criem um relacionamento de sucesso com seus clientes, entendendo a necessidade de cada um”, defende o professor Tadeu dos Reis Faria, coordenador do curso de pós-graduação em Ciências de Dados e Big Data da PUC Minas.

O uso inteligente da informação explica o grande sucesso de empresas como Uber e Airbnb. Mas o fenômeno não se limita às startups: a necessidade de gerir estrategicamente o Big Data está criando um mercado de trabalho forte nos mais variados contextos e setores. “É nesse cenário que surge a necessidade do cientista de dados, um profissional que sabe organizar informações e aplicar métodos e técnicas para extrair conhecimento útil, ou seja, informações contextualizadas para tomada de decisão, gerando diferenciais importantes para o sucesso empresarial”, destaca o professor Rommel Carneiro, coordenador do curso de Business Intelligence da PUC Minas.

Outro profissional que se destaca nesse mercado é o Business Analyst, que utiliza ferramentas de Big Data em algumas situações, atuando principalmente como o elo das estratégias de negócios com a ciência de dados. “Embora esse profissional conheça algumas ferramentas, não é especialista em estatística e programação, características essas mais evidentes no cientista de dados. Apesar dessas observações, existem muitos profissionais no mercado que mesclam as duas expertises, normalmente profissionais mais experientes em termos de projetos”, explica o professor Rommel.

Tanta informação gerada diariamente pode ser aproveitada de diversas maneiras pelas empresas. Com uso inteligente da informação, áreas de RH, por exemplo, podem chegar mais facilmente aos profissionais desejados; as empresas podem entender melhor o perfil do seu público consumidor; o governo pode criar soluções de gestão mais eficientes; entre tantas outras possibilidades.

Plataforma facilita processos de recrutamento

Antenados com as novidades e possibilidades disponíveis na internet, estudantes da graduação criaram a Vulpi, plataforma que tem como principal finalidade automatizar a contratação de desenvolvedores com habilidades comprovadas, por meio do cruzamento de dados do profissional na rede. A startup surgiu no Programa de Pré-aceleração de Negócios (PAN) do Icei da PUC Minas. “O modelo da Vulpi é uma quebra de paradigma, pois invertemos os processos de recrutamento. Se antes os profissionais se candidatavam à vaga, agora, com a nossa plataforma, ajudamos as empresas a encontrarem o perfil mais adequado para as vagas, aumentando a assertividade na contratação e diminuindo o tempo gasto nesse processo”, explica Fellipe Couto, cofundador e diretor executivo (CEO) da Vulpi e aluno do sétimo período do Curso de Sistemas de Informação da Universidade.

A Vulpi é focada no mercado de desenvolvedores de software, devido à grande dificuldade das empresas em encontrarem e contratarem profissionais desse segmento. “Há uma grande diferença entre dizer que sabe e realmente saber. Hoje em dia existem muitas maneiras de comprovar se aquele certificado que o profissional colocou no currículo e teve o maior orgulho de expor no LinkedIn realmente reflete suas habilidades técnicas. Por meio dos dados na rede podemos verificar se o que o profissional colocou em seu currículo realmente condiz com suas habilidades, entre elas, verificar os fóruns de tecnologia, plataforma de compartilhamento de projetos, comunidades e até mesmo redes sociais”, destaca Fellipe.

 

  1. Para suprir a qualificação demandada pelo mercado de trabalho nessa área, a PUC Minas oferece as especializações:

  2. Business Intelligence

  3. Ciências de Dados e Big Data

  4. Banco de Dados e Computação em Nuvem

 

USANDO BIG DATA NA PRÁTICA

  1. TINDER | Combinar estatísticas de geolocalização, palavras-chave e idade já é o suficiente para gerar dados realmente informativos sobre quem usa a ferramenta. Mas, o aplicativo vai além: de acordo com Sean Rad, CEO do Tinder, são analisadas ainda informações sobre o perfil do usuário no Facebook – seus amigos, interesses em comum, quando entrou na faculdade e outros fatores – e, claro, quem está ganhando um “sim” ou “não” no aplicativo e com quem o usuário está conversando.Além disso, o Tinder usa uma análise semântica das conversas, considerando a duração e a frequência dos bate-papos para determinar com quais outros usuários a pessoa teria o mesmo engajamento.

  2. WALMART | A rede de varejo coleta cerca de 2,5 petabytes de dados a cada hora, por meio da captura de informações das transações de seus clientes. Esse monitoramento permite controlar os níveis do estoque, prever tendências sazonais de crescimento no consumo de alguns produtos, além de melhorar os processos de trabalho da rede.A empresa também criou ferramentas capazes de interagir e capturar nuances do seu público. Uma delas, o The Social Genome, chegou a promover um produto para uma cliente que postou no Twitter falando do seu interesse em assistir ao filme Salt, com Angelina Jolie – o grande lance do sistema foi entender que ela se referia a um filme e não ao produto sal (salt, em inglês).

  3. MIT | O Massachusetts Institute of Technology, uma das mais importantes universidades do mundo, através do MIT Media Lab, fez recentemente uma simulação que conseguiu determinar quantas pessoas se encontravam em um determinado momento no maior centro de compras dos EUA, e em plena Black Friday. O levantamento foi possível graças ao cruzamento de dados de geolocalização de smartphones e tablets.

  4. Nike | Por meio de parceria com uma empresa de tecnologia, a fabricante de materiais esportivos desenvolveu um app que monitora a frequência cardíaca, o número de passos, a velocidade e a distância percorrida pelos atletas durante a corrida, além de divulgar esse relatório em redes sociais. O estímulo à competição entre amigos nas redes sociais faz com que os clientes compartilhem suas informações de desempenho, fornecendo subsídios para o desenvolvimento de novos produtos. Com todos esses dados em mãos, a empresa pode também indicar produtos específicos para cada cliente, criar promoções e mostrar como é possível melhorar o seu desempenho nas corridas.

  5. Nissan | A Nissan vem buscando entender melhor seus públicos a partir de dados coletados em redes sociais. A empresa também recolhe, em seus sistemas de gestão da cadeia de abastecimento, dados relacionados ao estágio de cada veículo durante o seu ciclo de produção. A companhia usa as informações para melhorar a qualidade de sua cadeia de fornecimento e a assertividade de seus produtos finais. O Big Data também é utilizado pela Nissan na análise de padrões de reclamações. A empresa tem trabalhado para se antecipar às necessidades de seus clientes ao identificar, a partir de dados, a repetitividade de eventos que levam os consumidores a buscar reparos nas concessionárias.

  6. NFL | A NFL, liga profissional de futebol americano dos EUA, tem um acordo com a Zebra, empresa do segmento tecnológico que instalou sensores RFID (do inglês Radio-Frequency Identification) nos uniformes dos jogadores. Os chips coletam, em tempo real, informações detalhadas sobre cada jogador em campo, extraindo estatísticas individualizadas sobre distância percorrida, aceleração, velocidade e outros scouts. Há planos de expansão da coleta de dados, instalando sensores nas bolas utilizadas para medir a distância percorrida em cada field goal ou lançamento para um touchdown.

  7. Amazon | A Amazon pretende, em breve, entregar produtos aos seus clientes sem que precisem solicitar as mercadorias.Tudo será baseado em procedimentos de análise preditiva, possíveis graças às técnicas de Big Data Analytics, que permitem identificar com precisão o padrão de consumo das pessoas.Os algoritmos identificarão os produtos adquiridos e calcularão qual o tempo médio para os produtos acabarem. A partir desses dados, os clientes receberão novas remessas dos mesmos produtos sem esforços para isso.

  8. Starbucks | A Starbucks tem utilizado Big Data Analytics para guiar o processo de abertura de suas cafeterias, enfrentando a onda do e-commerce e, principalmente, aperfeiçoando a relação entre suas lojas, sua marca e seu público-alvo.Por meio de um sistema chamado Atlas, a gigante americana dos cafés gera poderosas análises demográficas para guiar planos de mercado e estratégias de aplicações de novas lojas, tudo feito de acordo com a demanda de cada região.

  9. Fonte: Big Data Business* – http://www.bigdatabusiness.com.br/voce-sabe-o-que-e-big-data-analytics/* Como se qualificar

Texto
Mariana Zocratto
Foto
Rossana Magri
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