Saúde Atendimento de referência
Complexo de clínicas-escolas forma alunos e atende população necessitada
Um profissional que olhe os pacientes nos olhos, que os escute com calma e atenção, dê assistência e soluções assertivas, seja comprometido com as necessidades da população e que preste um atendimento humanizado. É com essas características que a PUC Minas busca formar os alunos dos cursos da área da saúde. Tudo isso em um ambiente tecnicamente qualificado.
Nesse sentido, a Universidade possui um grande complexo de saúde com clínicas-escolas que prestam atendimento à população carente, por meio de convênio com o Sistema Único de Saúde (SUS), buscando uma formação em serviço com foco na realidade social e financeira desse público. Nessas clínicas, os alunos atendem os pacientes, orientados pelos professores, nas diversas especialidades e nos variados campi e unidades.
Na área de Odontologia, a PUC Minas possui 190 consultórios com atendimento em diversas especialidades como ortodontia, odontopediatria, prótese, periodontia, endodontia, cirurgia bucomaxilofacial, dentística e implantodontia. No semestre passado, foram realizados mais de 18 mil atendimentos. A Universidade presta um serviço de referência no Brasil em várias dessas especialidades, mas principalmente no tratamento ortodôntico de pacientes com fissura labiopalatal, por meio do Centro de Tratamento e Reabilitação de Fissuras Labiopalatais e Deformidades Craniofaciais (Centrare), criado em 2004, fruto de parceria com o Hospital da Baleia. É um dos cinco maiores centros de tratamento da área, sendo a PUC Minas a única instituição privada de ensino superior a prover este tipo de atendimento à população.
A amazonense Fabíola Brasil Roberto concluiu o mestrado profissional em Odontologia na Universidade no final do ano passado e afirma que o atendimento de cerca de dez pacientes com fissura por semana foi uma experiência que agregou muito em sua carreira. “O mestrado da PUC Minas é um diferencial. Foram horas fazendo diagnóstico, tratando dos pacientes efetivamente, participando das cirurgias e vendo os resultados. Isso me deu um respaldo muito grande para atender essas pessoas”, diz.
Tratamento de feridas
Pacientes encaminhados pelas redes públicas e privadas de saúde com feridas operatórias infectadas, decorrentes de infecções hospitalares e de escoriações e acidentes, também recebem atendimento gratuito de excelência na Universidade, por meio de projeto de extensão, no Ambulatório de Feridas da Clínica de Enfermagem no Campus Coração Eucarístico. São tratadas lesões úlceras-arteriais, frequentes em pacientes com insuficiência arterial, decorrente de tabagismo, genética, diabetes, obesidade, hipertensão e lesões por pressão, além de outras atividades que são desenvolvidas no local. Alcides de Brito começou há oito meses a tratar no ambulatório uma ferida decorrente da cicatrização de uma cirurgia de reconstrução de tendão rompido no pé. Por ter diabetes, não tem boa cicatrização, e, por isso, foi recomendado pelo ortopedista a tomar um remédio à base de sulfonamidas para acelerar o processo. Porém, após tomar o medicamento, Alcides descobriu que tem uma doença autoimune rara, a Síndrome de Stevens-Johnson, causada pela hipersensibilidade a alguns fármacos e outras causas, e que se caracteriza por erupções generalizadas, febre alta, erosões de mucosas e bolhas na pele, causando lesões em todo o corpo. “Venho aqui toda semana para eles limparem as feridas, trocar os curativos e passar medicamento quando necessário. Já melhorou muito”, conta o paciente.
Na área da Fisioterapia, são tratados pacientes com disfunções neurológicas, cardiovasculares, traumatológicas, geriátricas, respiratórias e obstétricas. Quase 15 mil atendimentos foram realizados nas clínicas dos campi e unidades no semestre passado. No Campus Coração Eucarístico, Maria Izabel Gonçalves de Jesus, 14 anos, é atendida desde os nove anos. Ela, que tem paralisia cerebral, vem obtendo cada vez mais independência nas atividades cotidianas desde quando iniciou o tratamento na Universidade, segundo conta sua mãe, Sandra Gonçalves de Jesus. “Ela não falava, não comia e não bebia água sozinha. Hoje faz tudo isso. Também não conseguia andar e agora já se locomove com o andador, com a minha ajuda. Na escola, melhorou bastante e faz as atividades em sala de aula sozinha, inclusive prova, e participa de todas as atividades. Cada avanço dela é uma alegria. É como se ela estivesse andando”, afirma.
Assistência integral
Os pacientes com perdas auditivas são encaminhados pelos SUS para serem atendidos na Clínica de Fonoaudiologia, no Campus Coração Eucarístico, que é credenciada como Serviço de Atenção à Saúde Auditiva (Sasa), por meio de convênio assinado com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, que contempla avaliação, diagnóstico e intervenção em saúde auditiva em crianças, jovens, adultos e idosos. O atendimento é integral, com reabilitação audiológica e adaptação de aparelhos auditivos. Segundo a coordenadora do Sasa e da Clínica de Fonoaudiologia, professora Fernanda Abalen Martins Dias, a perda de audição não é apenas uma questão física, mas também gera impactos negativos nas relações interpessoais e sociais: “Muitas vezes ocasiona isolamento e baixa autoestima. A reabilitação audiológica e o uso do aparelho auditivo permitem a essas pessoas resgate de suas funções laborais e sociais, aumento de sua autoestima e efetividade comunicativa”. A clínica também realiza avaliação e tratamento das alterações de linguagem, fala, motricidade orofacial e voz, além do aperfeiçoamento do desempenho comunicativo, principalmente para profissionais da voz. A clínica realizou quase 2 mil atendimentos no semestre passado.
Estrutura voltada para atender desde as diversas modalidades de psicoterapias, de avaliação psicológica, de intervenções clínicas em diferentes contextos, até psicopedagógica, é oferecida nas clínicas de Psicologia. No semestre passado, foram realizados cerca de 7 mil atendimentos. Em Betim, o Núcleo em Psicologia (Nupsi) compõe uma clínica-escola que atende a população de Betim e municípios vizinhos e oferece Plantão Psicológico aos alunos, funcionários e professores do Campus com o objetivo de proporcionar uma escuta e acolhimento à pessoa em um momento de crise ou dificuldades emocionais, sem agendamento prévio. O projeto é pioneiro na PUC Minas. Platimi Afonso dos Santos, aluno do 10º período do Curso de Psicologia do Campus Betim, conta que a experiência no plantão é enriquecedora: “Acolhemos uma demanda urgente, latente na pessoa, por isso nem sempre ela tem suas questões elaboradas e nós a auxiliamos nesse processo. A partir disso, verificamos se o indivíduo precisa de um retorno no plantão ou encaminhamento para uma terapia”.
Em prol da saúde
Já o Curso de Nutrição, ministrado na Unidade Barreiro, faz atendimentos gratuitos à população na Clínica de Nutrição, participa de eventos e promove oficinas. Em 2018, participou em Contagem da Ação Global, da Rede Globo, e do Saúde e Nutrição na Praça, em BH, do Conselho Regional da área. Promoveu também ação no Restaurante Popular, na capital, que envolveu avaliação e orientação sobre prevenção e controle da hipertensão arterial. Para a chefe do departamento e coordenadora do curso, professora Michely Capobiango, a participação nesses eventos é importante para levar informação para fora da Universidade: “É um ótimo jeito de nós, nutricionistas, cumprirmos nosso juramento ético, trabalhando em prol da saúde através dos alimentos, e é também uma prática essencial para o aluno”.
Central de Material e Esterilização
A Universidade também investe fortemente em biossegurança. Considerada uma das melhores do país, a nova Central de Material e Esterilização da PUC Minas (CME), inaugurada no Campus Coração Eucarístico em fevereiro deste ano, possui equipamentos de ponta, além de um sistema de ar-condicionado voltado para áreas hospitalares, garantindo ambientes totalmente limpos e descontaminados, conforme as exigências das normas da Vigilância Sanitária e as normas mais atualizadas de biossegurança. No local, são desinfetados e esterilizados os instrumentos dos cursos de Odontologia, Enfermagem e Fisioterapia, assim como o instrumental do Posto Médico. Ao todo, mais de 1,5 mil embalagens com instrumentos são esterilizadas por dia.