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Mercado de Trabalho Roteiro qualificado

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Representando cerca de 10% do PIB mundial, o turismo atrai a cada dia novos investidores e empregadores

Viajar para descansar ou se divertir é a opção de muitas famílias e grupos de amigos para curtir as férias ou mesmo um feriado prolongado. A busca por hotéis, passagens aéreas e pacotes de turismo vem aumentando e gerando impactos na economia mundial. De acordo com dados do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC, na sigla em inglês), as atividades turísticas já são responsáveis pela movimentação de 9,5% da economia mundial. No Brasil, esse setor representou em 2014 aproximadamente 9,2% do PIB nacional, o equivalente a R$ 443,7 bilhões, um crescimento médio de 4,5% em relação a 2013, ano em que o turismo foi responsável por gerar cerca de 8,4 milhões de empregos diretos e indiretos no País.

Devido ao aumento de investimentos no setor, que se revelou promissor tanto para o profissional de turismo quanto para pessoas que queiram investir na área e gerir o próprio negócio, o número de alunos com perfil empreendedor tem sido crescente no Curso Superior de Tecnologia em Gestão de Turismo, oferecido pela PUC Minas. A formação, considerada essencial para quem quer atuar na área, é uma interessante opção para pessoas que desejam uma segunda graduação ou para aqueles que, perto da aposentadoria, pretendem realizar outra atividade para complementar renda.

Guaraciaba da Fonseca Correa é uma das alunas que buscam no Curso de Turismo uma nova formação para atuar após a aposentadoria. Depois de 35 anos no serviço público, a estudante, de 55 anos, resolveu voltar aos estudos para se especializar e abrir uma agência com uma proposta inovadora de trabalho. “Eu sempre me interessei muito por turismo e sou referência no assunto para meus amigos, que me pedem dicas de onde devem ir durante as férias e sobre os pontos turísticos de cada lugar. Agora eu pretendo transformar esse hobby em trabalho e quero executar um projeto diferenciado”, conta. “Vou montar uma agência de consultoria turística, direcionando meus clientes para os melhores destinos, dependendo do tipo de programação que desejam ou da quantia de dinheiro que queiram gastar, oferecendo um atendimento personalizado, com conforto e segurança.”

Formada em Administração de Empresas, Guaraciaba desenvolveu seu projeto a partir da ideia de uma amiga, que também trabalha com uma agência de consultoria turística. Inicialmente, ela quer fazer uma experiência de home office, trabalhando com sua clientela em potencial: os amigos que já perguntam sobre o serviço.

Em uma sala com estudantes bem mais jovens do que ela – os colegas têm, em sua maioria, 18 anos –, Guaraciaba percebe que o turismo ainda não é visto como uma área que oferece um leque de possibilidades de atuação. “Muitas vezes as pessoas restringem a ideia de turismo às agências de viagem e às companhias aéreas, mas as áreas cultural e hoteleira oferecem uma enorme gama de possibilidades. Em Belo Horizonte, por exemplo, são várias opções de museus e programações culturais, ótimas para os visitantes e podem ser mais bem exploradas, como o Complexo Arquitetônico da Pampulha”, pontua.

Atuação diversificada

Para o chileno Francisco Jofre, que chegou ao Brasil há quatro anos, a exploração do turismo é um prato cheio para o estado de Minas Gerais. Quando chegou ao País, com o objetivo de fazer um intercâmbio cultural, Jofre já se interessava pelo tema e resolveu se formar como tecnólogo pela PUC Minas, depois de fazer um curso de capacitação de Agente de Informações Turísticas no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). “Passei a buscar um curso mais extenso e refinado nesta área de Turismo, pois percebi que queria trabalhar com isso aqui no Brasil. A cultura mineira, em especial, me chama a atenção”, explica Jofre.

O estudante, que se forma no meio deste ano, afirma que o Curso de Turismo abriu várias oportunidades de trabalho, além de apresentar a ele as atrações que a capital mineira oferece aos visitantes. “Nesse sentido, acredito que o curso abriu meus olhos, pois trabalhamos muito com as opções que a cidade dispõe, que podem ser muito interessantes para quem visita BH ou mesmo para os habitantes daqui, que muitas vezes não conhecem esses atrativos”, ressalta Jofre, que se formou no Chile como técnico em administração.

O expressivo crescimento do segmento em Belo Horizonte é evidenciado pelo número de turistas que estiveram na cidade durante a Copa do Mundo de 2014. Segundo pesquisa divulgada pelo Ministério do Turismo, 20% dos estrangeiros que visitaram o Brasil no período estiveram na capital mineira e, destes, 94,7% pretendem voltar, revelando o potencial de exploração do turismo na cidade e, consequentemente, a necessidade de profissionais qualificados para suprir a demanda local.

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A aluna Guaraciaba Fonseca e o professor Edmundo Novais, coordenador do Curso de Turismo, que aposta nos roteiros religiosos como alternativa para os visitantes do estado de Minas Gerais

Curso investe no ensino do turismo religioso

Com a finalidade de explorar os caminhos da Estrada Real que percorrem o mapa de Minas Gerais, a coordenação do Curso de Turismo está investindo no ensino do turismo religioso por meio de parceria com a Arquidiocese de Belo Horizonte. “Estamos fazendo da Serra da Piedade nosso principal laboratório”, diz o professor Edmundo Novais, coordenador do curso da PUC Minas. De acordo com ele, além da gastronomia e das belas paisagens, o turismo religioso pode ser um dos diferenciais do Estado como destino turístico, uma vez que as cidades históricas contam com belas e suntuosas igrejas marcadas pelos traços barrocos, uma atração para boa parte da população brasileira, em sua maioria católica (64,6%, de acordo com o último censo do IBGE).

Para explorar melhor os atrativos religiosos do Estado, foi desenvolvido pela Secretaria de Estado de Turismo de Minas Gerais, com o apoio da Arquidiocese de Belo Horizonte, o Caminho Religioso da Estrada Real (Crer). Inspirado no reconhecido Caminho de Santiago de Compostela, a iniciativa foi concretizada a partir de um levantamento da intensidade do turismo religioso no Brasil e nos atrativos de Minas Gerais. O Crer abrange 86 municípios, sendo 37 localidades na Rota Principal e 49 localidades na área de influência do projeto, com mais de mil quilômetros de extensão. Os turistas poderão percorrer o caminho a pé, de bicicleta ou a cavalo. Para proporcionar mais segurança e conforto aos peregrinos, o caminho contará com pontos de apoio para descanso durante o trajeto. Além disso, serão disponibilizados mapas e guias. “Para investir em iniciativas como o Crer, são necessários profissionais capacitados, e acreditamos que essa é uma boa aposta para nossos alunos do Turismo. Nosso curso é muito bem conceituado, o que dá mais segurança ao empregador”, comenta Novais, fazendo referência à nota máxima recebida pelo Curso no último Ranking Universitário Folha (RUF), divulgado pelo jornal Folha de S. Paulo, relativa à categoria Avaliação de Mercado.

 

Turismo em números

  • O turismo movimenta 9,5% da economia mundial
  • No Brasil, o setor é responsável por 9,2% do PIB, o que equivale a R$ 443 bilhões
  • Em relação a 2013, a participação do turismo na economia nacional cresceu 4,5%, ano em que o setor gerou 8,4 milhões de empregos diretos e indiretos
Texto
Lídia Lima
Fotos
Marcos Figueiredo
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