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Alunos de Engenharia Civil projetam contêineres de carga para facilitar a construção de usinas de compostagem

Diante de mudanças substanciais nas condições climáticas do planeta que acarretam graves problemas, como a falta d’água, o descarte e tratamento dos resíduos sólidos se tornaram uma preocupação mais evidente, devido à necessidade de se evitar a contaminação do solo e dos lençóis freáticos, que oferecem água doce e potável.

Para incentivar soluções sustentáveis para o lixo no País, um grupo de estudantes de Engenharia Civil desenvolveu trabalho de conclusão de curso a partir de um projeto que facilita a implementação de novas usinas de compostagem, reaproveitando contêineres de carga antigos. “Esses contêineres têm uma vida útil de aproximadamente dez anos. Após esse período, não podem mais armazenar carga para transporte com segurança. No entanto, a estrutura ainda pode ser reaproveitada”, explica o professor Hiram Sartori, que orientou a pesquisa.

A compostagem, alternativa para o lixo orgânico amplamente explorada em países desenvolvidos, pode trazer benefícios significativos para a consolidação de uma economia sustentável. Uma das vantagens que esse tipo de processamento do lixo traz é a produção de adubo orgânico como resultado do tratamento dado aos resíduos, que, misturados à palha, podem ser utilizados em canteiros e jardins de praças, parques e também em plantações.

De acordo com o professor, por se tratar de uma alternativa ainda pouco difundida, o sistema de compostagem não é bem gerido por grande parte das cidades, que acabam abandonando a área então ocupada pela usina. “A ideia do projeto é otimizar o espaço e a verba empregados para construção de novas usinas, facilitando a gestão da iniciativa”, explica Sartori.

No projeto desenvolvido pelo grupo, a mobilidade oferecida pelos contêineres é a principal vantagem, uma vez que possibilita o deslocamento da estrutura da usina para outras áreas, além de facilitar o processo de expansão, que precisa apenas de novos módulos para ser efetivado. “O sistema modular a partir de contêineres já é amplamente utilizado no setor de construção civil no Brasil, devido à praticidade que oferece, e nossa ideia foi trazer este mecanismo para as usinas de compostagem, incentivando o reaproveitamento do lixo orgânico”, esclarece Marcos Novaes de Souza, um dos alunos que participaram da pesquisa.

Idealizado para cidades de pequeno ou médio portes, o projeto propõe que toda a estrutura, convencionalmente feita de alvenaria, seja disposta dentro dos contêineres. Vestiários para funcionários da usina, banheiros, escritórios e parte administrativa seriam montados dentro deles, que poderiam ser transportados com facilidade em caso de necessidade de mudança de terreno ou ampliação da área utilizada para produção do composto orgânico.

Segundo o grupo, cerca de 60% do lixo que é composto de material orgânico raramente é aproveitado. Outros 35% são recicláveis, e apenas cerca de 5% do material descartado não pode ser reutilizado e deve ser aterrado.

Texto
Lídia Lima
Foto
Marcos Figueiredo
O professor Hiram Sartori (à esq.), com alunos do Curso de Engenharia Civil: projeto facilita implementação de novas usinas de compostagem
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