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Saúde Videogame na luta contra o câncer

Curada de um câncer no ovário, a cuidadora Marilza é participante do projeto

Projeto do Curso de Fisioterapia do Campus Poços de Caldas estimula pacientes a se exercitarem fisicamente durante o tratamento

“Muitos pacientes passaram a relatar benefícios não só do sono, mas da qualidade dele. A dor diminui bastante e a fadiga praticamente zera”

Professora Marina Aparecida Gonçalves

Há um ano, a cuidadora Marilza Gonçalves Malaquias, de 31 anos, não imaginava que uma notícia poderia transformar sua vida. Muita falta de ar e constante sensação de cansaço a levaram ao médico que, após uma cirurgia para a retirada de um cisto, a diagnosticou com câncer no ovário. O susto inicial se transformou em garra para lutar pela vida e, com o apoio da família, iniciou uma maratona no tratamento. Foram quatro meses e seis ciclos de quimioterapia, muito enjoo, dores nas articulações e 20 quilos a menos, até receber a notícia de que estava curada. Debilitada, com perda de equilíbrio e coordenação motora, Marilza apresentou melhoras significativas após sessões, durante três meses, de fisioterapia convencional na Associação do Voluntariado Contra o Câncer (Avocc) de Poços de Caldas, mas foi um projeto desenvolvido pelo Curso de Fisioterapia da PUC Minas no Campus da cidade que a ajudou a fortalecer a musculatura, de forma lúdica e prática, e, aliada à fisioterapia convencional, devolveu ao organismo a for a e o equilíbrio que ela havia perdido durante o tratamento contra o câncer.

Por meio de jogos interativos no videogame, que vão desde a dança até jogo de tênis, os pacientes são estimulados a se exercitarem fisicamente durante a fase de tratamento, a chamada cinesioterapia, que é o uso do exercício físico com fins terapêuticos, entre outros recursos utilizados.

A partir da criação de protocolos de reabilitação em tempo real, permitida pela combinação dos sistemas de robótica e computação gráfica com a realidade virtual, muito presente nos videogames, o indivíduo interage com o ambiente tridimensional simulado pelo computador. As 18 sessões de 40 minutos revelam resultados significativos a partir de uma análise do esforço do paciente. Uma escala de zero a dez é apresentada ao paciente antes e depois da sessão, em cinco avaliações: dor; capacidade funcional; qualidade de vida; fadiga e nível de ansiedade e depressão. Se o nível de fadiga é 8, por exemplo, depois da sessão com o videogame a frequência pode aumentar ou diminuir, dependendo do tratamento a que foi submetido e do próprio organismo do paciente, mas no final das sessões os resultados sempre são positivos. “Muitos pacientes passaram a relatar benefícios não só do sono, mas da qualidade dele. A dor diminui bastante e a fadiga praticamente zera”, informa a professora Marina Aparecida Gonçalves, coordenadora do projeto Efeitos dos Exercícios Fisioterapêuticos Realizados por Meio de Jogos Interativos em Pacientes Oncológicos Durante e Após o Tratamento Clínico, financiado pelo Fundo de Incentivo à Pesquisa (FIP) da Universidade.

Há um ano no projeto, o aluno Edmar Santos Bernardes, do 8º período do Curso de Fisioterapia, acredita na proposta inovadora. “É uma nova forma de tratamento com resultados promissores. Além disso, tem sido um aprendizado cada vez maior também na forma de lidar com o paciente, aprimorando esse contato”, diz.

 

Atendimento à população

  1. Requisitos: diagnóstico comprovado de câncer de qualquer natureza; estar em tratamento; e ter mais de 20 anos
  2. Informações: Clínica de Fisioterapia PUC Minas
  3. Endereço: av. Padre Francis Cletus Cox, 1.661, Jd. Country Club
  4. Telefone: (35) 3729-9243
  5. Horário: 8h às 12h e 14h30 às 17h
  6. Avocc | Endereço: av. Major Cobra, 185 – bairro Gama Cruz
  7. Telefone: (35) 3714-3511
  8. Horário: 8h às 18h
Texto
Cloe Massa
Foto
Marcos Figueiredo
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