25 anos de serviço ao próximo

Dom Walmor Oliveira de Azevedo comemora o Jubileu de Prata de sua Ordenação Episcopal
Dom Walmor Oliveira de Azevedo, completou 25 anos de sua ordenação no dia 10 de maio | Foto:
Marcos Figueiredo
Dom Walmor Oliveira de Azevedo, completou 25 anos de sua ordenação no dia 10 de maio | Foto: Marcos Figueiredo

“Enviou-me para curar os feridos no coração”. O versículo, retirado do livro de Isaías (Is 61,1), é o lema do Episcopado de Dom Walmor Oliveira de Azevedo, que completou 25 anos de sua ordenação no dia 10 de maio. Nascido em Cocos, na Bahia, em 1954, Dom Walmor foi ordenado Padre em 1977, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Em 10 de maio de 1998, foi ordenado Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Salvador, por São João Paulo II, Papa à época. E, em 2004, foi nomeado Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, local onde segue trilhando o seu caminho de fazer da Igreja uma entidade cada vez mais solidária e atenta à realidade.

Ao analisar semanticamente o lema episcopal que norteia Dom Walmor em sua caminhada, o Reitor da PUC Minas, Prof. Dr. Pe. Luís Henrique Eloy e Silva, destaca que o versículo bíblico indica um propósito. “Quem cura, cura alguém ou alguma coisa. Seu lema episcopal é um desafio, e dos grandes. E, por isso mesmo, enobrece a sua trajetória. Antes da ferida, o sujeito. Antes da enfermidade, alguém que necessita ser cuidado”, afirma.

À frente da Arquidiocese de Belo Horizonte, Dom Walmor sempre prezou pelo trabalho social por meio das pastorais, que trabalham em rede. O Diretor do Instituto de Filosofia e Teologia Dom João Resende Costa, Prof. Pe. Evandro Campos Maria, aponta que ele sempre se preocupou com o diálogo da Igreja com nossa sociedade contemporânea. “No qual a Igreja pudesse servir nossa sociedade ajudando-a a se humanizar e a curar os feridos no coração. Por sua vez, também ajudou a nossa Igreja a se abrir aos avanços dos tempos atuais”, pontua.

Lucimara Trevizan, Assistente Episcopal para Ação Pastoral, destaca que Dom Walmor zela para que a Arquidiocese não esqueça do testemunho concreto na realidade onde atua. “Ele acolhe o que a comunidade indica como ação da Igreja na sociedade e ajuda a criar possibilidades para que o que foi definido se realize. Para a sociedade, é a expressão de que a Igreja não fica no discurso, mas atua concretamente”, conta. “Outro destaque é o fato de que Dom Walmor sempre lembra da importância de se engajarem na construção de uma sociedade mais justa e fraterna, dando ele o exemplo”, completa.

Registros de fé

Dom Walmor também se destaca por seu legado catequético. Ele, que cursou Filosofia e Teologia no Seminário Arquidiocesano Santo Antônio; mestrado em Ciências Bíblicas, no Instituto Pontifício Bíblico, em Roma, Itália; e doutorado em Teologia Bíblica, pela Pontifícia Universidade Gregoriana, também em Roma, publicou numerosos artigos e livros de cunho bíblico e pastoral.

Prof. Pe. Evandro Campos Maria destaca que, por meio dos seus artigos, e, principalmente, do seu testemunho de fé, Dom Walmor construiu um caminho enraizado na Palavra de Deus. Segundo ele, a sua visão para a Igreja é ministerial, samaritana e sinodal. “Chamaria a atenção para uma realização concreta que o Papa Francisco tem pedido, que é a valorização da mulher em todos os setores da Arquidiocese, principalmente em conselhos e vicariatos, locais de decisões e encaminhamentos que visam o caminho evangelizador da Igreja”, destaca. Lucimara Trevizan lembra que Dom Walmor nomeou quatro mulheres para coordenar importantes ações pastorais: Ação Social, Ecologia Integral, Fé e Política e Ação Pastoral.

A Profª Drª Maria Inês de Castro Millen foi aluna de Dom Walmor quando cursava mestrado em Ciência da Religião na Universidade Federal de Juiz de Fora. Ela conta que ele a incentivou a fazer o doutorado e ir adiante na Teologia. “Ele sempre foi um estimulador da participação dos leigos na Igreja”, destaca a docente. Para ela, a escolha do seu lema episcopal indica bem o caminho que ele pretendeu seguir. “Olhar para os que estão feridos e necessitados e procurar confortá-los e curá-los é um projeto de fôlego, que envolve a oferta da vida. Vejo seus projetos sempre na direção de proporcionar vida em abundância para todos”.

Já para o Prof. Pe. Áureo Nogueira de Freitas, coordenador do Anima PUC Minas – Sistema Avançado de Formação, Identidade e Missão, a trajetória de Dom Walmor está em profunda comunhão com os ensinamentos do Papa Francisco, descritos nas Encíclicas Laudato si’ e Fratelli tutti. “Todos esses documentos estão fielmente assimilados nas suas reflexões pessoais e em todas as instâncias da estrutura da Arquidiocese”, afirma.
Ele também lembrou que a Arquidiocese possui instituições que estão sob gestão de Dom Walmor, como a Sociedade Mineira de Cultura (SMC), PUC Minas, Colégio Santa Maria, Providens, entre outras, ressaltando sua “capacidade de gerenciamento com competência e, ao mesmo tempo, primando pelo compromisso de que as instituições sejam conduzidas pelos princípios e valores do Evangelho”.

Liderança na CNBB

Em 2019, Dom Walmor foi eleito presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), período marcado pela polarização política no país. Enquanto crescia na sociedade brasileira a busca dos interesses particulares em detrimento ao bem comum, a degradação ambiental e dos povos indígenas em busca do lucro a qualquer custo, a CNBB, na gestão de Dom Walmor, se manteve alinhada ao pontificado do Papa Francisco e, através de palavras e ações, abriu caminhos em defesa da vida, da valorização do bem comum, de uma educação integral e do meio ambiente como Casa Comum. “A CNBB, nesse período, foi um organismo evangelizador fomentando na Igreja uma lucidez a partir da fé, num período muito delicado de escuridão”, afirma o Prof. Pe. Evandro Campos Maria.

Homenagem registrada

A PUC Minas lançou o livro Para curar os feridos no coração: escritos em homenagem a Dom Walmor Oliveira de Azevedo pelos 25 anos de seu episcopado, uma homenagem da Universidade ao seu Grão-chanceler. A obra, organizada pelos professores doutores Carlos Alberto Motta Cunha, Jean Richard Lopes, Renato Alves de Oliveira e Solange Maria do Carmo, foi publicada a pedido do Reitor, Prof. Dr. Pe. Luís Henrique Eloy e Silva, que assinou o prefácio. A publicação é da Editora PUC Minas e se divide em duas partes.

A primeira se dedica ao seu lema episcopal. Docentes, biblistas, teólogos, filósofos, comunicadores e cientistas da religião abordam o lema por diversos ângulos. A segunda parte da obra se dedica às temáticas trabalhadas pelo Arcebispo em seus vários artigos publicados. Nela, os olhares dos autores se voltam para o Direito, a Ética, a Ecologia, a Teologia, a Filosofia e outras áreas do saber, a partir dos textos de autoria de Dom Walmor.
“O processo de organização do livro oportunizou conhecer, com mais profundidade, a riqueza do seu pensamento e as articulações entre a fé cristã e as diversas demandas sociais. Organizadores e autores foram desafiados à reflexão bíblico-teológica e com outras áreas das humanidades em busca do alinhamento da teologia pastoral de Dom Walmor e a sua tarefa pública”, explicou o Prof. Dr. Carlos Alberto Motta Cunha, um dos organizadores.

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