Conhecimento globalizado

Universidade investe em iniciativas de internacionalização
O Prof. Sérgio Hanriot, Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade explica que a internacionalização já é praticada em ações na graduação e na pós-graduação | Foto: Marcos Figueiredo
O Prof. Sérgio Hanriot, Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação da Universidade explica que a internacionalização já é praticada em ações na graduação e na pós-graduação | Foto: Marcos Figueiredo

O mundo contemporâneo não tem fronteiras. O conhecimento também não. A globalização da educação desempenha um papel fundamental nesse contexto, pois permite a troca de experiências, perspectivas e habilidades entre diferentes culturas e nações. Essa interconexão global na educação possibilita a criação de um ambiente de aprendizagem enriquecedor, onde os estudantes podem desenvolver uma compreensão mais ampla e profunda dos desafios globais e das diversas realidades do mundo. A necessidade de criar uma comunidade científica cada vez mais conectada e colaborativa está descrita, inclusive, no Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da PUC Minas, que prevê a internacionalização como um dos objetivos a serem alcançados no período de 2021 a 2025.

Visando alcançá-lo, a Universidade desenvolve diversas iniciativas com essa finalidade. “A internacionalização deve ser parte de um processo de planejamento com vistas a uma inserção maior não só no cenário internacional, mas no nacional também”, aponta o Prof. Dr. Sérgio Hanriot, Pró-reitor de Pesquisa e de Pós-graduação da Universidade, que explica que essa iniciativa favorece processos de inovação e de modernização das instituições de ensino, o que resulta, consequentemente, em visibilidade e competitividade.

“A internacionalização permite pensar efetivamente no que chamamos de universidade de classe mundial, que é uma universidade que tenha discentes e docentes estrangeiros, que pratique, na maior parte dos casos, a linha inglesa, tanto nos seus cursos de graduação como nos de pós-graduação. E, de maneira pensada, comece a praticar internamente ações de internacionalização, desde pequenas ações até ações maiores”, explica.

Essa é uma demanda que vem sendo implantada continuamente na vivência universitária. A PUC Minas possui, por meio da Assessoria de Relações Internacionais (ARI) e da Pró-Reitoria de Pesquisa e de Pós-graduação (Proppg), acordos de dupla diplomação com universidades de países como Alemanha, Canadá, França e Portugal, por meio dos quais são realizados diversos projetos em parceria. “O nosso objetivo é estabelecer pontes”, resume Hanriot.

“Hoje as instituições de ensino preparam profissionais e pesquisadores não mais para operar e para agir em mercados de trabalho locais. Nosso mercado de trabalho agora tem uma abrangência internacional. Então, a internacionalização da pós-graduação é uma pequena parte da peremptória necessidade de internacionalização das instituições de ensino como um todo, preparação de profissionais para trabalharem nesse universo”, afirma o Prof. Dr. Alexandre Diniz, atual Diretor do Instituto de Ciências Humanas (ICH).

Ele foi um dos docentes envolvidos em uma iniciativa inédita na Universidade, realizada no semestre passado, por meio da Proppg: a elaboração de edital com o objetivo de trazer professores e pesquisadores estrangeiros para realizarem atividades acadêmicas. A modalidade, conhecida como internacionalização at home, atraiu 13 pesquisadores vindos da Alemanha, Argentina, Colômbia, Espanha, EUA, França, Holanda, Itália e Romênia. Estes docentes atuaram em sete projetos realizados pelos Programas de Pós-graduação stricto sensu, ministrando disciplinas ou cursos de curta duração, coorientando dissertações e teses, desenvolvendo projetos de pesquisa em cooperação e participando de publicações em conjunto com os docentes dos Programas. A expectativa é que outros pesquisadores e professores desembarquem na Universidade no segundo semestre deste ano, por meio da segunda edição do edital, que prevê que as atividades sejam desenvolvidas de julho a novembro.

De acordo com Alexandre Diniz, existem três pontos que são considerados pilares da construção da ciência na atualidade: internacionalização, interdisciplinaridade e interinstitucionalidade. “A ciência é produzida por uma comunidade que abrange todas as nações do mundo e, portanto, desenvolver ações de pesquisa que fortaleçam a integração de universidades diferentes, mas também de profissionais oriundos de áreas de conhecimento distintas, é algo que tem sido priorizado. Esses três pontos são elementos fundantes da ciência contemporânea muito importantes” reforça.

Esse esforço apresenta resultados a curto, médio e longo prazo. “O impacto imediato, obviamente, desperta o interesse das pessoas e ajuda no processo de formação desses alunos, mas, a vinda desses pesquisadores suscita possibilidades de pesquisa ou trabalhos de campo. Essas coisas são intangíveis, impalpáveis e impossíveis de dimensionar o que pode vir a acontecer a partir dessas trocas”, pontua. A médio e longo prazo, essa experiência pode resultar em produções científicas com publicações em periódicos internacionais e parcerias acadêmicas, entre outras iniciativas. “Essa é uma ação muito rica, densa e importante porque os efeitos são múltiplos e, certamente, vão reforçar a qualidade, a imagem, a importância, a penetração e o impacto da PUC Minas nesse universo da pesquisa e da ciência. É um ecossistema, a comunidade científica em curso, se ajudando mutuamente, construindo coisas juntas, de forma coletiva e solidária”, afirma.

Investimento desde o início

A Profª Rita Louback, Assessora de Relações Internacionais da Universidade, afirma que a meta é oferecer cada vez mais disciplinas em outros idiomas | Foto: Pâmella Ribeiro

Durante a graduação, a internacionalização já é incentivada. Semestralmente, cerca de 200 estudantes dos cursos de graduação vivenciam a experiência de estudar no exterior por meio da Assessoria de Relações Internacionais da PUC Minas. São quatro editais para programas de intercâmbio, divididos por idioma – espanhol, francês, inglês e português – que contemplam, em média, 170 universidades parceiras. O inverso também acontece. A cada semestre, a PUC Minas recebe de 50 a 70 estudantes estrangeiros. “Essa média poderia ser maior se a PUC oferecesse em todas as áreas do conhecimento disciplinas em outros idiomas e isso também abriria mais vagas para os nossos alunos lá fora. Portanto, essa é uma meta. Tem sido um trabalho permanente de aumentar a oferta de disciplinas em outros idiomas”, afirma a Profª Drª Rita Louback.

Esses números podem parecer pequenos, mas, em Minas Gerais, apenas a PUC Minas e a UFMG têm esse volume. Isso porque, de acordo com a Assessora de Relações Internacionais da Universidade, o Brasil, infelizmente, não é um dos destinos mais requeridos pelos estudantes estrangeiros. “A PUC Minas já tem uma internacionalização madura para os padrões, se comparados com as boas universidades brasileiras. Então, o que nós precisamos para aumentar a nossa internacionalização, dentre outras coisas, é a internacionalização das disciplinas, portanto, dos currículos da Universidade, o que já tem sido feito”, opina.

Temas Relacionados

Fale Conosco