Conhecimento que salva vidas

Projeto realiza capacitação em ressuscitação cardiopulmonar
Alunos de cursos da área da Saúde passam por capacitação no atendimento a agravos clínicos | Foto: Nathália Farnetti
Alunos de cursos da área da Saúde passam por capacitação no atendimento a agravos clínicos | Foto: Nathália Farnetti

Do ponto de vista da saúde, existe uma linha tênue que separa a vida da morte. Acontecimentos inesperados podem ocorrer e resultar em fatalidades, como por exemplo Parada Cardiorrespiratória (PCR), Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho (Ovace), fraturas etc. É diante desse cenário que surgiu o projeto de extensão Mãos que Salvam que visa, por meio de ações de treinamento, promover orientações para o atendimento inicial de algum agravo clínico, até a chegada de um recurso médico especializado.

Em 2020, a American Heart Association (AHA) publicou atualizações nas diretrizes para Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE). Essas mudanças foram necessárias após a verificação de altas taxas de mortalidade de vítimas de agravo clínico antes de alcançarem atendimento em ambiente hospitalar. Nessa alteração, dentre outros temas, está a relevância da ação rápida de socorristas leigos (que não são necessariamente da área da saúde) no início da ressuscitação cardiopulmonar.

Um dos coordenadores do projeto, Prof. Dr. Júlio César Batista Santana, conta que essa temática também aparece com recorrência nos debates do Ministério da Saúde e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Segundo ele, a capacitação de pessoas leigas é fundamental, pois melhora o primeiro atendimento e auxilia na identificação de algum agravo clínico, o que facilita a comunicação com o atendimento especializado pré-hospitalar – Samu. “O primeiro atendimento feito de forma correta reduz a mortalidade e evita complicações. Então é fundamental para a sobrevivência do paciente”, conclui.

O projeto Mãos que Salvam é constituído por extensionistas dos Cursos de Medicina e Biomedicina do Campus Contagem e do Curso de Enfermagem, do Coração Eucarístico. Os alunos passam por uma capacitação com os coordenadores, Prof. Júlio César Batista e Prof. Dr. Allysson Thiago Cramer Soares, e depois conduzem os treinamentos com públicos diversos, como escolas, empresas e colaboradores da PUC Minas.

Para Lucas Miranda, aluno do Curso de Medicina do Campus Contagem e extensionista do projeto, a iniciativa tem agregado experiência à sua trajetória acadêmica. Segundo ele, além de capacitar as pessoas para serem agentes multiplicadores dos procedimentos corretos de saúde, a iniciativa possui um caráter educativo, pois permite o aperfeiçoamento da sua comunicação, sendo mais didático. “É um momento no qual reciclo os meus conhecimentos na modalidade prática e educativa”, conta.

Do ponto de vista das pessoas que não são da área da saúde e participam dos treinamentos, como a engenheira de produção Angélica Garcia, o treinamento possui várias contribuições. Para ela, dois aprendizados se destacam: o primeiro consiste na compreensão de que não realizar algumas atitudes também pode salvar vidas; e o segundo está no campo do desenvolvimento emocional em um momento de emergência. “A tranquilidade de agir traz segurança para quem está precisando de cuidado e para quem está cuidando”, afirmou.

De maneira geral, de acordo com o Prof. Allysson Thiago Cramer, a grande contribuição dessa iniciativa, para além dos aprendizados acarretados, é a compreensão de que a saúde pública não depende somente de funcionários que trabalham em hospitais, mas também da população como um todo. “O nosso maior sonho enquanto profissionais é salvar vidas. Isso vem pela instrução direta dos alunos e se materializa no projeto”, conclui.

Prof. Allysson Thiago, um dos coordenadores do projeto | Foto: Nathália Farnetti

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