Metaverso no âmbito dos negócios

Universidade investe na formação de profissionais com curso de pós-graduação na área
Expectativa é que a tecnologia imersiva esteja cada vez mais presente na rotina das empresas | Foto: Gorodenkoff/ShutterStock
Expectativa é que a tecnologia imersiva esteja cada vez mais presente na rotina das empresas | Foto: Gorodenkoff/ShutterStock

Mais de US$1 trilhão. Essa é a cifra que o metaverso deve movimentar em negócios até 2025, segundo uma projeção de pesquisa feita pela Accenture, provedora de serviços profissionais de segurança cibernética, e divulgada pelo portal Globo. A implementação da tecnologia imersiva é visada pelos setores comerciais e de prestação de serviços, sobretudo pela possibilidade de relações interativas. Logo, a demanda por especialistas no mercado de trabalho é uma realidade e a expansão é uma tendência para o futuro.

“Estamos vivenciando uma mudança na era digital. A Universidade está antenada e comprometida a implementar as novidades do mercado nos cursos oferecidos”, aponta a coordenadora do curso de especialização Metaverso: negócios, tecnologias e estratégias, Profa. Dra. Simone Queiroz. O curso foi o primeiro ofertado no Brasil a abordar a temática com o intuito de qualificar profissionais capazes de entender e aplicar a tecnologia em diversos segmentos.

Inicialmente pensado para os games, o metaverso agora faz parte de vários setores. O termo ganhou evidência quando Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, mudou o nome da companhia para Meta, em 2021, pelo seu interesse em tecnologia imersiva. Para Simone, a ação da big tech vem gerando reflexos na sociedade. “Grandes corporações ditam os nossos costumes e tendências”, afirma. Assim, o metaverso tornou-se uma solução para empresas de ramos variados, que buscam experiências mais impactantes. “Observamos varejistas que utilizam projeções virtuais para atrair a atenção dos seus clientes. Também é comum na área da Arquitetura, com projetos que podem ser vistos antes da conclusão por meio da realidade aumentada. Outro exemplo é o turismo, que oferece atividades imersivas aos viajantes”, destaca.

Além do meio comercial, o metaverso também é usado em prol da vida e da justiça. “Já vemos hospitais que realizam cirurgias com a tecnologia imersiva somada à inteligência artificial (IA). O mesmo ocorre na área jurídica, no auxílio da recomposição de cenas de crimes”, destaca Simone. Ela ainda comenta que as ferramentas de IA geraram debates quanto ao futuro do metaverso, com a hipótese de que uma inovação substituiria a outra. “Acredito que uma tecnologia não atrapalha o desenvolvimento da outra, e sim complementa”, opina.

Pós-graduada pelo curso da PUC Minas, Núbia Helena Piccirilli, de São Paulo, também indica as vantagens de se aplicar a tecnologia imersiva em relações de negócios. “Proporcionar economia de tempo e recursos e excluir a necessidade do deslocamento para que os consumidores possam experimentar produtos e efetuar compras são impactos importantes”. Além disso, a ex-aluna acredita em um futuro promissor na relação entre o comércio e o âmbito digital interativo. “O metaverso abrirá novas experiências para novos modelos de negócios. O atendimento das empresas será mais personalizado ao seu público”, completa.

Núbia foi aluna da primeira turma do curso, ofertado on-line ao vivo. A pós-graduação permitiu ampliar conhecimentos tanto profissionais quanto pessoais, explorar plataformas virtuais, entender o mundo dos games e como gerações futuras que se beneficiarão da tecnologia. “Para a minha área de atuação, foi fundamental ter os conceitos para interagir com especialistas que já estão nesse mercado. Hoje, me sinto mais preparada”, afirma Núbia, que atua como pesquisadora no Programa Metalab, da USP.

O meio tecnológico é dinâmico e de constantes mudanças e evoluções. Ainda assim, Simone garante que isso não afeta a formação dos alunos. “O nosso corpo docente é envolvido com as atualizações para que a aplicação do conhecimento seja sempre feita de acordo com as demandas do mercado”. A coordenadora também explica que grande parte do curso possui o caráter hands on, ou seja, o conteúdo é transmitido por meio de aulas práticas.

O metaverso é hoje uma realidade, porém, assim como outras inovações digitais, o seu mal uso pode trazer desafios aos usuários. Essa reflexão é abordada ao longo do curso no intuito de capacitar os profissionais e debater sobre esses possíveis empecilhos. Simone e Núbia ainda observam alguns cuidados necessários, como estabelecer um limite de tempo de acesso diário a favor do bem-estar e da interação humana, além de não compartilhar informações pessoais com estranhos para diminuir os riscos de golpes e fraudes. A coordenadora também pontua que o preço dos produtos tecnológicos o torna menos acessível, o que pode causar discriminação social e exclusão das classes mais baixas. “É fato que a nova tecnologia imersiva segue conquistando espaço no mercado. Então, esses pontos precisam ser discutidos e o curso cumpre o papel de trazer essa reflexão”, finaliza Simone.

“Já vemos hospitais que realizam cirurgias com a tecnologia imersiva somada à inteligência artificial (IA). O mesmo ocorre na área jurídica, no auxílio da recomposição de cenas de crimes”, Profa. Simone Queiroz | Foto: Raphael Calixto

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