Animais na pista

Projeto busca mapear atropelamentos de mamíferos para minimizar ocorrências e discutir soluções
O professor Bruno Costa Silva destaca que a pesquisa pode ajudar a minimizar atropelamentos de animais | Foto: Raphael Calixto
O professor Bruno Costa Silva destaca que a pesquisa pode ajudar a minimizar atropelamentos de animais | Foto: Raphael Calixto

O transporte rodoviário é o meio mais utilizado no país. A facilidade no transporte de produtos e pessoas e a geração de empregos são alguns benefícios da construção de rodovias. Entretanto, a instalação de novas estradas também pode impactar negativamente a fauna silvestre, causando isolamento geográfico, desmembramento de habitats e o atropelamento de diversos animais.

Diante disso, o Curso de Medicina Veterinária da Unidade Praça da Liberdade, em parceria com o Museu de Ciências Naturais da Universidade, está desenvolvendo uma pesquisa para mapear os atropelamentos de mamíferos nas rodovias mineiras. O projeto, intitulado Perfil e Georreferenciamento de Mamíferos Silvestres que Vieram a Óbito por Atropelamento, encaminhados ao Museu de Ciências Naturais da PUC Minas, busca realizar uma associação entre a localidade dos atropelamentos e a caracterização do animal, gerando dados que possam contribuir com futuras intervenções dos órgãos competentes para minimizar o índice de acidentes nas regiões indicadas.

Ao todo, já foram analisados 98 mamíferos silvestres da coleção de Mastozoologia do Museu da PUC Minas (catalogados de 2006 a 2021) e recolhidos, em sua maioria, na MG-010, no município de Conceição do Mato Dentro, na Mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte. Outros municípios que tiveram mais casos de atropelamento foram Barão de Cocais, Mariana, Nova Era e Riacho dos Machados. Entre as espécies vítimas de atropelamento mais frequentes estão o cachorro-do-mato, o tamanduá-mirim, a raposa do campo, a irara e o gambá de orelha branca. Nessas espécies foram observadas graves fraturas no tronco, no membro torácico, no membro pelvino e no crânio.

O projeto é uma realização do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) e tem a participação das alunas Ana Catharina Silva de Paula, Eduarda Cristina Pereira, Thamires Paula Araújo Duarte, a colaboração de Leandro de Oliveira Marques e Cláudia Guimarães Costa, biólogos do Museu, orientação da professora Maria Isabel Vaz de Melo e coorientação do professor Bruno Costa Silva. “A fauna está sofrendo muitas perdas e precisamos fazer alguma coisa. Há algum tempo recebemos um grande número de lobos guarás e onças pardas atropeladas, sem contar aves e outros pequenos mamíferos, como tatus, cachorros do mato, quatis. São animais que estão em extinção”, diz o professor Bruno Costa.

Temas Relacionados

Fale Conosco