Em uma sociedade em profunda transformação digital, projetar uma carreira na área de dados promete um futuro promissor. O Relatório sobre o Futuro do Trabalho 2023, publicado pelo Fórum Econômico Mundial, organização internacional para cooperação público-privada sem fins lucrativos, listou aquelas que são consideradas as profissões do futuro. A pesquisa aponta que pelo menos uma entre quatro profissões deverá mudar nos próximos cinco anos com a Big Data, técnica relacionada à capacidade de processar e analisar grandes volumes de informação. Com o objetivo de aprimorar insights e obter resultados mais precisos, a Big Data pode ser aplicada em diversos contextos, incluindo logística, saúde, educação, sistemas de otimização, análise de comportamentos e detecção de fraudes, e está entre as áreas que mais demandarão novos cargos e investimentos nos próximos anos.
O avanço tecnológico e a disponibilidade de processamento possibilitam que profissionais de diferentes segmentos possam coletar, processar e analisar dados de qualquer natureza. É o que afirma Rommel Carneiro, professor e coordenador de cursos de Pós-graduação do Núcleo de Tecnologias Digitais da Pós PUC Minas. “Essa condição permite que profissionais de diversas áreas sejam mais produtivos e flexíveis no ambiente de trabalho, por estarem conscientes e conectados com a realidade atual e de futuro”, menciona. Ele explica que o letramento em dados (data literacy, em inglês) é fundamental para que profissionais de diferentes segmentos participem desses processos de transformação digital.
Dados em diferentes segmentos
Embora a utilização de grande volume de dados tenha sido inicialmente restrita a algumas empresas de tecnologia e estatística, o manuseio vem se democratizando em outros segmentos, como, por exemplo, entre organizações e profissionais de saúde. Rodrigo Corrêa, especialista e analista em gestão da saúde da Abertta Saúde, do Grupo ArcelorMittal, atua nesse segmento há mais de vinte anos e afirma que soluções tecnológicas, que antes pareciam inacessíveis, agora fazem parte do dia a dia do profissional da saúde. “Os dados podem estar em campos estruturados, como tabelas específicas, em texto livre, na evolução de prontuário ou em imagens como raio-x, por exemplo. Para cada tipo de dado são necessários um tratamento e uma interpretação diferentes”, explica o analista.
Rodrigo, que é graduado em Administração pela PUC Minas, retorna à Instituição para cursar a Pós-graduação em Ciências de Dados Aplicada à Saúde. “A Ciência de Dados e a Inteligência Artificial devem ser vistas como meio, e não como fim, para solucionar os desafios e atender às necessidades que o setor de saúde tanto precisa. Nesse sentido, a integração das pessoas com a tecnologia é essencial”, conclui.
Para a coordenadora da Pós-graduação em Ciências de Dados Aplicada à Saúde, professora Cynthia Bicalho Maluf Araújo, o letramento em dados passa a ser um diferencial para o profissional de saúde. Ela afirma que isso se deve à “ampliação do poder computacional, à digitalização, ao uso de inteligência artificial generativa e à formulação de estratégias eficazes para coleta, armazenamento, análise e visualização de dados”.
Outra área que tem recorrido à coleta e interpretação de dados em massa é o jornalismo. Além da apuração e checagem de informações, os dados auxiliam o jornalista a armazenar, rastrear e filtrar o grande volume de informações que chegam diariamente. Para a jornalista e aluna da Pós-graduação em Jornalismo de Dados e Visualização da PUC Minas Regiane Spielmann, a análise de dados hoje tem um papel fundamental e transformador no jornalismo e é uma ferramenta indispensável em todas as editorias. “Eles não apenas validam as reportagens, mas também permitem contar histórias de maneira mais aprofundada”, afirma. Esse sentimento também é compartilhado pelo colega de curso Matheus Arruda, que viu na especialização a oportunidade de unir duas áreas de interesse: jornalismo e programação. “Os dados podem contar grandes histórias. Por isso, o Jornalismo de Dados é tão necessário para traduzir essas informações e contar histórias relevantes ao público”, completa o editor web.
A Profa. Dra. Maiara Garcia Orlandini, coordenadora da Pós-graduação em Jornalismo de Dados e Visualização, destaca que a demanda por jornalistas especializados tem aumentado. “As habilidades em Jornalismo de Dados são valorizadas não apenas no jornalismo tradicional, mas também em áreas correlatas, ampliando as oportunidades de atuação para os profissionais qualificados nesse campo”.
A necessidade de profissionais qualificados também se estende ao meio jurídico. É o que afirma Carina Araújo da Silva Neves, professora coordenadora da Pós-graduação em Direito Digital, Gestão da Inovação e Propriedade Intelectual. Para ela, o profissional especializado em dados precisa compreender como manusear as informações coletadas para garantir a conformidade com as legislações. “Acreditamos que a combinação de conhecimento jurídico sólido com uma compreensão profunda das tecnologias emergentes é a chave para formar profissionais capazes de liderar e inovar no campo do Direito”, pontua.
Para Matheus Savi, aluno do curso e advogado de propriedade intelectual e controladoria, o letramento em dados auxilia o profissional tanto na administração de negócios quanto na tomada de decisões de clientes. “Seja analisando o comportamento dos tribunais, acompanhando as alterações legislativas e até mesmo na administração interna de escritórios e departamentos jurídicos”, exemplifica o advogado.
Dados na Pós PUC Minas
Com o objetivo de se manter sempre em sintonia com as tendências de mercado, a PUC Minas oferece uma variedade de cursos de pós-graduação na área de dados. Além das especializações tradicionalmente ofertadas na área, a Pós PUC Minas dispõe de uma série de cursos em outros segmentos que, até então, não exigiam análise de dados.
Rommel Carneiro destaca que a formação abrangente oferecida pela PUC Minas é projetada para atender a todos os tipos de profissionais, desde aqueles sem experiência prévia em tecnologias da informação até os que já atuam na área e buscam se especializar. E destaca que há alternativas para todos os principais papéis demandados pelo mercado.riais recicláveis Silvana Maria Leal de Assis, fundadora da Coopersoli, conta que começou a participar de formações desde o início para entender com mais propriedade a Economia Solidária, inclusive com atividades na PUC Minas, antes da realização das feiras. “Foi a partir da Universidade que a gente teve também um norteador; não é fácil trabalhar esse coletivo, então a gente teve muito aprendizado”, conta. Segundo a catadora, participar de diversas formações a ajudou a desenhar o projeto da cooperativa, que completou em agosto 21 anos. “A gente costuma falar que a Coopersoli é uma família, e como toda família, também tem os seus desarranjos”, diz.
SAIBA MAIS
Outros cursos ofertados pela Pós-graduação PUC Minas na área da dados: Analytics e Business Intelligence, Cibersegurança e Governança de Dados, Ciência de Dados e Big Data, Engenharia de Dados, Estatística para Ciências de Dados, Gestão e Análise Estratégica de Dados, MBA em Marketing Analytics, Processamento de Linguagem Natural, Visão Computacional, entre outros. Confira a lista completa dos cursos em www.pucminas.br/pos