Em agosto de 1997, em um cômodo de 9m², os jovens Marcos Daniel Oliveira Santos e Simone Pereira Marques Santos (foto) davam início a um sonho: a Brilho do Sol, empresa de moda praia de Uberlândia. Passados 25 anos, a empresa expandiu-se, novas aspirações tomaram forma e, hoje, o objetivo da firma é a exportação – meta que conta com o auxílio dos alunos do curso de tecnologia em Comércio Exterior da PUC Minas Virtual para tornar-se realidade.
A Brilho do Sol é uma das mais de 150 empresas espalhadas pelo Brasil que foram parceiras da PUC Minas Virtual durante o primeiro semestre de 2022. A parceria funciona da seguinte forma: por meio das disciplinas de projetos dos cursos de graduação, os alunos da PUC Virtual dividem-se em grupos que, semestralmente, atendem e apoiam a empresa designada. Todo o processo é acompanhado de perto pelo professor responsável por cada equipe, que auxilia os alunos na abordagem correta com as empresas. Formados os grupos, os alunos entram em contato com as empresas parceiras e realizam o diagnóstico de algum aspecto específico da companhia, fazem análises e propõem melhorias.
“Os alunos entram em contato com as empresas em uma periodicidade que funcione para ambos, buscam informações da instituição que serão necessárias àquela pesquisa e projeto e, por meio dos conhecimentos adquiridos pelos alunos nas disciplinas de microfundamentos, que são teóricas, eles avaliam aqueles dados e identificam o que pode ser melhorado, fazendo proposições”, explica o professor Marcelo Alexandre de Resende, coordenador do Curso de Tecnologia em Gestão Financeira da PUC Virtual.
Para o empresário Marcos Daniel, fundador da Brilho do Sol, a parceria – que teve início no primeiro semestre de 2022 e segue acontecendo – já vem rendendo bons frutos: “Neste primeiro semestre, os alunos realizaram um diagnóstico sobre a situação atual da empresa e já pontuaram algumas ações em que precisamos trabalhar, como estrutura interna e funcionários”, explica. Ele diz que pretende utilizar os conhecimentos obtidos com a parceria para alavancar o setor de exportações de sua empresa, e em troca, sente-se feliz em auxiliar na formação dos alunos. “Poder fazer parte deste projeto é motivo de muita gratidão. Já tivemos muitos pontos positivos nesse primeiro semestre, e com certeza virão mais coisas para aprendermos no futuro”, relata.
As empresas chegam à Universidade de duas formas: por meio do preenchimento de um formulário online, em que os interessados cadastram as empresas e aguardam o contato da Universidade, e também por meio de indicação dos próprios alunos, que, em diversas vezes, possuem familiares e/ou amigos empreendedores. É o caso, por exemplo, de Núbia Arruda, aluna do quarto período de Administração na PUC Virtual, que mediou a parceria entre a Universidade e a empresa Doces Caseiros de Minas, na qual trabalha há mais ou menos um ano como gerente administrativo financeiro.
Assim que assumiu o novo cargo, Núbia percebeu a necessidade da empresa de receber uma orientação financeira adequada às suas demandas. Aproveitando a oportunidade de já estar inserida na PUC Minas Virtual como aluna de Administração, ela enxergou neste sistema de parcerias a chance pela qual a empresa em que trabalhava estava aguardando.
“Eu fiz um estudo mercadológico da empresa, e percebi que eles não tinham muito conhecimento sobre gerenciamento financeiro. Diante desta necessidade, eu sugeri a união entre a empresa e o Curso de Gestão Financeira da PUC Virtual”, conta.
A parceria aconteceu durante o primeiro período de 2022, mas Núbia diz que pretende continuar com os encontros pelos próximos semestres. Ela conta que os encontros realizados junto aos alunos do curso de Gestão Financeira foram essenciais para a criação do controle financeiro da Doces Caseiros de Minas.
“A parceria foi muito positiva para a empresa e os encontros foram muito esclarecedores. Eu passei aos alunos a real necessidade e situação da empresa, e juntos nós fomos sanando essas pendências. Eles me ajudaram a analisar as minhas planilhas e deram sugestões do que poderia colaborar ainda mais para a criação e manutenção do controle financeiro da empresa”, diz. “Por meio dessa parceria, nós conseguimos visualizar para onde estava indo o dinheiro da empresa, assim como onde poderíamos economizar e direcionar esse valor de modo mais assertivo. Foi um divisor de águas em nosso gerenciamento financeiro”.
Experiências reais
Se, por um lado, as empresas parceiras se beneficiam com o auxílio prestado pelos alunos, pelo outro, a situação se repete. Para os estudantes que realizam os atendimentos, a oportunidade de estar de frente a um caso real de uma empresa já consolidada é vista com entusiasmo.
É o caso da aluna do segundo período do Curso de Tecnologia em Gestão Financeira, Moema Raad, que realizou atendimentos a uma pizzaria de Uberlândia. Ela conta que o trabalho foi de extrema importância em seu processo de formação profissional.
“Tivemos uma excelente oportunidade de aprendizado em já podermos colocar em prática os conteúdos estudados, desta forma assimilando melhor o conhecimento e alcançando melhores resultados”, relata. Ela diz que, ao se reunir com os empresários, a sensação compartilhada por todos era a de já estarem em um ambiente profissional. “É legal o sentimento que temos ao trabalhar com a empresa. Quando nos reunimos, sentimos que somos uma equipe de gestores profissionais já atuando no mercado de trabalho e dando o nosso máximo para uma excelente apresentação de diagnóstico e análise da gestão da empresa”, diz.
E é exatamente esse o objetivo da implantação deste sistema de parcerias: propiciar aos alunos a experiência de aprender por meio de recursos que ultrapassam o conhecimento teórico transmitido nas salas de aula. Para o professor Marcelo Resende, esta iniciativa acompanha a expectativa percebida atualmente no mercado de trabalho: “Com esses projetos, os alunos não aprendem apenas na teoria. Eles têm a oportunidade de perceber como essas questões afetam a vida real das empresas, de acordo com a realidade delas. Isso vai ao encontro com o que nós temos visto que o mercado quer do ensino superior: o mercado precisa de algo mais conectado. E isso não quer dizer que a formação teórica não seja importante, pois ela é base. Mas nós percebemos que o mercado cobra uma conexão mais íntima da Universidade com as reais demandas das empresas”, relata.