Educação pelo trabalho

PUC Minas contribui para qualificação do SUS por meio do Programa PET-Saúde
O Prof. Diogo Joffily é o coordenador das atividades em Belo Horizonte | Foto: Raphael Calixto
O Prof. Diogo Joffily é o coordenador das atividades em Belo Horizonte | Foto: Raphael Calixto

Aprender como atuar na profissão escolhida é uma das principais preocupações dos estudantes, principalmente enquanto estão cursando a graduação. O ensino alinhado à prática, ou seja, aos estágios e trabalhos, contribui para o desenvolvimento profissional e pessoal dos jovens, estimula novas experiências, aprendizados, além de ser fundamental para que estejam preparados para os novos desafios do mercado.

Neste contexto, alunos e professores da PUC Minas estão realizando, em Belo Horizonte, Betim e Poços de Caldas, o Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) 2022/2023, uma ação do Ministério da Saúde e Ministério da Educação, desenvolvida junto ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Conduzido pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), o programa oferta bolsas para docentes, profissionais e estudantes de graduação da área da saúde, com o objetivo de estimular práticas de ensino-aprendizagem, conforme as necessidades do SUS de cada município, para promover a integração entre ensino, serviço e comunidade.

Com o tema Gestão em Saúde e Assistência à Saúde, o programa envolve a participação e capacitação de quase 100 alunos e mais de 20 professores da Universidade, além de profissionais preceptores.

Na capital mineira, por meio do projeto Gestão da Política e Assistência à Saúde das Pessoas em Situação de Rua em Belo Horizonte – SMSABH/UFMG/PUC Minas, os cursos de Enfermagem, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Medicina Veterinária e Odontologia (Campus Coração Eucarístico e Unidade Praça da Liberdade) atuam no acolhimento e cuidado da população em situação de rua, em parceria com a UFMG. Segundo o professor do Curso de Medicina Veterinária, Diogo Joffily, responsável pelo PET-Saúde na PUC Minas Praça da Liberdade, já houve o período de nivelamento, organização e desenvolvimento de ações a serem desempenhadas junto à população em situação de rua.

Desde o início do projeto foram realizadas ações no Centro POP Lagoinha e Consultório na Rua do Distrito Oeste, por meio de acolhimento em saúde, identificação de sinais e sintomas gerais de saúde e relacionados à Covid-19 (sintomas agudos, crônicos e situação vacinal), acolhimento com escuta qualificada, orientações coletivas e individuais sobre autocuidado, vacinação e testes rápidos, empoderamento da população quanto aos direitos em saúde, entre outras. “Essas medidas são muito importantes pois o sentimento de reconhecimento e valorização é primordial para que a PSR empenhe-se no seu autocuidado. As ações geram um impacto positivo em relação à redução na marginalização da população, uma vez que se torna possível realizar uma escuta ativa qualificada e diminuição da invisibilidade, podendo atrelar as discussões sobre o acesso a serviços de saúde”, defende a Profª Drª Cláudia Silva Dias, coordenadora do Curso de Fisioterapia do Campus Coração Eucarístico.

No Campus Betim, o foco das ações é o fortalecimento da Integração Ensino-Serviço-Comunidade na PUC Minas e no SUS em Betim. No projeto, participam docentes e discentes dos cursos de Biomedicina, Enfermagem, Fisioterapia, Medicina, Medicina Veterinária e Psicologia, que trabalham com as temáticas Segurança do Paciente, Amamentação e Cuidado Integral à Gestante e Puérpera. De acordo com a professora da PUC Minas Betim e tutora do PET-Saúde, Sabrina Oliveira Viana, entre algumas práticas que já foram desenvolvidas estão as visitas técnicas ao Hospital Público Regional de Betim, nos setores de Clínica Médica, Cirúrgica, Mista e Pronto Socorro, reuniões com gestores, profissionais, além de oficinas. Para este semestre, estão previstas ações de educação permanente com as equipes de saúde, afim de ampliar o incentivo à amamentação exclusiva e correta introdução alimentar, a sensibilização e qualificação profissional em parceria com o Núcleo de Segurança do Paciente, entre outras.

Já na PUC Minas Poços de Caldas, professores e estudantes dos cursos de Biomedicina, Enfermagem, Fisioterapia, Psicologia e Medicina desenvolvem ações sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), por meio do projeto Perfil Epidemiológico e Educação em Saúde no Contexto da Sífilis e de Outras Infecções Sexualmente Transmissíveis. No município, estão sendo feitas pesquisas, levantamento epidemiológico de IST/sífilis, identificação e reconhecimento das políticas implantadas nos serviços prestados à comunidade, elaboração de estratégias para o fortalecimento da equipe de saúde sobre o tema, orientações sobre sífilis, IST, testes rápidos para gestantes, jovens e adultos, confecção de materiais informativos, distribuição de cartilhas, entre outras atividades. “O desenvolvimento do projeto contribui para um melhor entendimento da necessidade do cuidado integral e do perfil epidemiológico no contexto da sífilis e orientação sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), assim como a adoção de estratégias de educação em saúde, visando interprofissionalidade”, destaca a coordenadora do PET-Saúde em Poços de Caldas, Profª Drª Délcia Barbosa de Vasconcelos Adami.

A Profª Sabrina Oliveira Viana explica que em Betim o foco é em ações de fortalecimento da relação com a comunidade | Foto: Raphael Calixto

Educação interprofissional

Trabalhar em projetos na área da saúde exige que seus agentes, profissionais atuantes, docentes e discentes, estejam envolvidos de forma interdisciplinar e interprofissional, englobando várias ciências e disciplinas, com o intuito de compreender que o cuidado envolve compartilhamento, humanização e vínculo com a comunidade. No projeto, compete ao professor supervisionar, coordenar e orientar as atividades de planejamento, gerenciamento e monitoramento das ações. Já o aluno exerce as práticas e vivências na realidade do trabalho em saúde e produz conhecimento relevante em áreas prioritárias.

Quando Júlia das Graças Rodrigues de Almeida, aluna do Curso de Enfermagem da PUC Minas Betim, decidiu participar da seleção de estudantes para o PET-Saúde não esperava vivenciar, de perto, tantas experiências. “Não pensei que seria possível contribuir para o desenvolvimento do SUS e do município, sendo ainda estudante. Muitas vezes, o acadêmico não imagina sobre sua autonomia e capacidade de se envolver em questões tão relevantes para a sociedade”, salienta Júlia.

Para ela, o PET-Saúde permite vivenciar e entender a realidade da sociedade, bem como conhecer as potencialidades e possíveis melhorias do SUS.

Júlia Rodrigues não esperava poder contribuir para o desenvolvimento do SUS ainda enquanto estudante | Foto: Guilherme Simões

Parceira que qualifica

Para apoiar a inserção dos estudantes no mercado de trabalho, a PUC Minas firma parcerias com prefeituras, instituições e empresas de diversos setores. Segundo Daniela Cristina da Silveira, Diretora da Diretoria de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde (DGTES) de Betim, a parceria entre a Prefeitura Municipal e a PUC Minas “é de suma importância no desenvolvimento de políticas públicas de saúde, onde a integração ensino-serviço-comunidade busca construir uma solução conjunta para resolução de demandas da saúde pública (SUS), na produção de ações específicas no âmbito municipal, estadual e nacional”.

Daniela também enfatiza o fortalecimento da educação interprofissional e os benefícios do projeto para os alunos, a Universidade, a gestão pública do município e a população. “Ganham os alunos, no aprimoramento e prática dos conhecimentos adquiridos no campus. Ganha a Universidade, na profissionalização de seus alunos com vivência prática das teorias aprendidas em sala. Ganha a gestão pública, no apontamento de novas soluções para demandas recorrentes e, por fim, ganha a população, com a implementação de serviços cada vez mais qualificados e efetivos”, destaca.

SAIBA MAIS

O Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) é uma ação do Ministério da Saúde e do Ministério da Educação, conduzida pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES).

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