Muito do que existe em nossa vida cotidiana, nossa casa ou escritório, por exemplo, vem da Engenharia Química: tintas, tecidos, pisos, produtos de limpeza e cosméticos. Assim também a recuperação ambiental, o tratamento de rios, a produção de gases puros, o desenvolvimento de novos combustíveis. Ou novas metodologias que propiciem a redução do consumo de água utilizada na produção industrial. O aprimoramento dos processos industriais, reduzindo a utilização de matérias-primas e o consumo de energia, ajudando a preservar o meio ambiente, sempre com a preocupação de proporcionar mais qualidade de vida e menor emissão de poluentes, é também objeto da Engenharia Química, oferecida em dez períodos no Campus Coração Eucarístico. Criado no âmbito do Instituto Politécnico (Ipuc) da PUC Minas há dez anos, o Curso de Engenharia Química desfruta de grande aceitação no mercado de trabalho, diz o chefe do Departamento de Engenharia Química e coordenador do curso, professor Leonardo Mitre. “O Curso persegue a qualidade em primeiro lugar, e isso tem proporcionado ótimos resultados com alunos obtendo excelentes colocações nos diversos ramos de atuação, tanto profissionais quanto acadêmicos, acentua o professor.
O professor conta que muitos alunos que se identificam com a disciplina de Química ou exatas no ensino médio, ao se formar optam pela Engenharia Química no ensino superior. E que a avaliação dos estudantes de Engenharia Química da PUC Minas no Enade, o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Inep/MEC), se iguala ao aproveitamento obtido pelos estudantes das melhores universidades federais e particulares do país. O professor Mitre opina que além de certa predileção por ciências exatas, um requisito importante é ser curioso, inquieto e gostar de estudar. “Não é verdade que precisa de especial aptidão para Cálculo, Matemática, Química e Física, mas é claro que ter isso ajuda”, diz.
O ex-aluno Caíque Prado, da graduação em Engenharia Química da PUC Minas, se formou no segundo semestre de 2017. Durante o ensino médio, ele havia feito técnico em química e tinha grande interesse por conteúdos relacionados às ciências exatas e especialmente à química e matemática. “Optei por estudar na PUC Minas, pois, além da excelência técnica, a Universidade também prima pela formação humana e holística do profissional”, orgulha-se. Depois da graduação, ele cursou mestrado na UFMG e atualmente faz doutorado-sanduíche na Alemanha.
Para o ex-aluno, são destaques no Curso da PUC Minas: a coordenação e corpo docente altamente qualificados e com grande proximidade dos alunos, sendo prontamente disponíveis e solícitos para auxiliar no processo de formação, não medindo esforços para que o conteúdo seja aprendido e demandas sanada; uma estrutura laboratorial de primeiro nível, com equipamentos e softwares modernos em todas as disciplinas; versatilidade da formação abordando diversos segmentos industriais; existência de Trabalhos Acadêmicos Integradores (TAIs) que propiciam ‘colocar a mão na massa’ para a solução de problemas reais, agregando os saberes de diversos professores e uma efetiva experiência interdisciplinar; e multiplicidade de oportunidades na área de pesquisa com professores desenvolvendo diversos projetos, possibilidade de trabalhos de extensão e diversas parcerias com empresas que facilitam a inserção no mercado de trabalho.
A também ex-aluna Rana Lacerda acredita que o Curso de Engenharia Química da PUC Minas conta com inúmeras vantagens, destaque para o corpo docente extremamente competente e solícito, uma infraestrutura de laboratórios que auxilia grandemente o aprendizado, uma coordenação próxima ao aluno, o que ajuda muito na resolução de problemas. Além disso, oferece oportunidades de extensão, trabalhos aplicados e iniciação científica, bem como parcerias com empresas, para estágios.
Como exemplo dos projetos desenvolvidos no Curso, a ex-aluna Rana Lacerda, que se formou em dezembro de 2017, explica que o trabalho com garrafa PET consistiu em desenvolver um sistema simplificado de tratamento de água visando atender populações carentes. O sistema contou com um filtro, feito de areia e cano PVC, e um duto de garrafa PET, o qual realizava desinfecção da água, após exposição por 24h à radiação solar. O sistema foi projetado de acordo com parâmetros de engenharia que garantiam sua eficácia e, ao mesmo tempo, com materiais baratos e de fácil acesso, o que permitiria à própria população construir e utilizar um protótipo. Obtivemos, como resultado, uma água com parâmetros de turbidez e coliformes dentro do aceitado pelo Ministério da Saúde para água potável. Além dela, participaram, Laura Guimarães e Helen Soares, com orientação da professora Laura Andrade. Ainda há vários outros projetos e processos sendo desenvolvidos com empresas, coordenados pelo grupo de professores que compõe o quadro do Departamento. Há diversos outros projetos em desenvolvimento, por exemplo, utilizando equipamento de nanofiltração, para obtenção de água purificada, processos de remoção de fármacos e hormônios em águas, biodiesel a partir de matérias-primas oleosas diversas e a transformação resíduos da mineração em produtos úteis à sociedade.
De acordo com o professor Mitre, Engenharia Química poderia se chamar Engenharia de Processos Químicos, porque a área apresenta fortes interfaces com químicas e com processos. Ele destaca que a disciplina Modelagem de Processos tem na PUC Minas softwares muito avançados, simulando processos de produção de derivados de petróleo, por exemplo, simulação que permite ganho de tempo e de produtividade. Além disso, devido a aparelhos avançados que a Engenharia Química da PUC Minas dispõe, o Curso os cede com frequência para que pesquisas de outras IES e empresas sejam desenvolvidas na PUC Minas.
O professor destaca também o Simpósio de Engenharia Química (SimEQ), totalmente desenvolvido pelos professores do Departamento e alunos voluntários, apresentado anualmente desde 2019 e que traz palestrantes nacionais e internacionais de destaque na área, além de oficinas de desenvolvimento de habilidades variadas.
Os Laboratórios de Processos Químicos e de Análises Instrumentais são exclusivos do Curso, localizados no prédio 34. O Curso conta também com o laboratório Físico-Química, Reologia e de Análise Térmica, equipados com aparelhos avançados, aos quais alunos da graduação têm acesso, em aulas e em pesquisas. Além disso, está sendo inaugurado um moderno laboratório de Operações Unitárias II, onde se desenvolvem pesquisas sobre processos de destilação, extração, secagem, entre outros.
Do ponto de vista da atuação profissional legal, o professor Mitre explica que o engenheiro químico pode desenvolver todas as atribuições do químico e do analista intermediário, mas o contrário em geral não é possível, argumenta sobre aqueles que pensam desenvolver carreiras paralelas à do engenheiro químico. Informa também que o profissional engenheiro químico pode ser filiado tanto ao Crea (Conselho Regional de Engenharia) quanto ao CRQ (Conselho Regional de Química), explica o professor.
“Avalio o mercado para o profissional da Engenharia Química como aquecido e com tendência de crescimento. Grande parte dos produtos que a sociedade consome e depende passa pelas mãos e concepção de um engenheiro químico em alguma etapa de sua produção. De tal modo, há vagas nas indústrias alimentícias e de bebidas, mineradoras, de polímeros e biomateriais, de projetos e modelagem, automotivas, nanotecnologia, farmacêuticas, petrolífera, ambientais, dentre outras. Especialmente nos últimos anos, tem havido grande demanda de profissionais de Engenharia química para lidar com a mitigação de danos ambientais e melhoria dos processos produtivos, bem como criação de modelos e simulações. Sendo assim, é um mercado de demanda crescente e longe de se esgotar”, considera o ex-aluno Caíque Prado.