Trabalhando em rede

A importância das Ligas Acadêmicas no processo de integração entre alunos
Professora Mônica Chaves, coordenadora da Liga de Enfermagem Forense (Laef), que integra alunos da Enfermagem da PUC Minas dos campi Betim, Coração Eucarístico e Poços de Caldas | Fotos: Bruno Timóteo
Professora Mônica Chaves, coordenadora da Liga de Enfermagem Forense (Laef), que integra alunos da Enfermagem da PUC Minas dos campi Betim, Coração Eucarístico e Poços de Caldas | Fotos: Bruno Timóteo

Trabalhar em rede pode trazer resultados mais ágeis e eficazes para o aprendizado e a experiência na respectiva área de estudo. É nessa direção que seguem as ligas acadêmicas, que atuam em várias áreas, permitindo a integração entre alunos dos diversos campi e unidades. As Ligas Acadêmicas são entidades formadas por acadêmicos, principalmente estudantes orientados por um professor, que possuem o objetivo de se aprofundar em determinada área de interesse comum. Essas associações visam à formação dos alunos em assuntos específicos de acordo com seus interesses pessoais.

Segundo a professora Mônica Chaves, coordenadora da Liga de Enfermagem Forense (Laef), que integra alunos da Enfermagem da PUC Minas dos campi Betim, Coração Eucarístico e Poços de Caldas – é a primeira a integrar três campi e possui integrantes de outros estados, possibilitando o intercâmbio dos alunos -, a importância das ligas é a integração entre o ensino, a extensão e a pesquisa. “É uma forma de disseminar o conhecimento, trazendo novas perspectivas com as trocas de realidade e vivência, já que possuímos as realidades de cada lugar e de cada instituição que faz parte da Liga, além de levar o nome da PUC Minas para vários locais”, explica.

No caso específico da Liga de Enfermagem Forense, o objetivo é discutir sobre engajamento de enfermeiros no contexto forense, trabalhando com vítimas de maus-tratos, traumas e outras formas de violência. De acordo com a professora Mônica, o conteúdo trabalhado pela Liga varia de acordo com os temas relevantes de cada mês, como por exemplo: novembro é o mês internacional de prevenção à violência contra a mulher. Por essa razão, a Liga trabalhou, nessa época, temas como o feminicídio.

“Tivemos mais de 15 encontros durante o mês de novembro passado, com convidados notáveis. Professores universitários, doutores e mestres de diversas áreas como enfermagem, ciências criminais e ciências forenses”, relata a professora. De acordo com ela, esse intercâmbio entre áreas auxilia o aluno a ter um olhar além do conhecimento da enfermagem, como ser humano e um ser político, que luta para inibir ou minimizar as várias questões e mazelas sociais do país, auxiliando esses alunos a se formarem também como cidadãos.

Liga Lean e o processo de produção enxuto

O professor Matheus Luiz, coordenador das Ligas Lean, explica que seu objetivo principal é o estudo e o aprofundamento da questão Lean, que pode ser trabalhada em diversas áreas de diferentes formas

Outro exemplo é o da Liga Lean, do Curso de Engenharia de Produção, que utiliza a filosofia Lean, criada no Japão, que visa o processo de produção enxuto, evitando desperdícios ou perdas ao longo do processo. O professor Matheus Luiz, coordenador das Ligas Lean, explica que elas não são apenas voltadas para alunos da engenharia, pois seu objetivo principal é o estudo e o aprofundamento da questão Lean, que pode ser trabalhada em diferentes áreas de diferentes formas. Para ele, as ligas acadêmicas proporcionam um mecanismo robusto de aprendizagem, que traz interação e proximidade entre os alunos. “A aprendizagem ativa, aprendizagem colaborativa e aprendizagem mão na massa são dinâmicas fundamentais, porque nelas o aluno é o protagonista”, entende.

De acordo com o professor, nas Ligas Lean, os alunos são responsáveis por definirem os temas, qual o enfoque da aprendizagem e o modo de aplicar o conhecimento na realidade. “Todo esse processo é riquíssimo não só para o aprendizado de Lean, mas também para o que chamamos de softskills, ou seja, o trato com pessoas, o trabalho em equipe, a negociação com empresas, organização de eventos, etc”, conclui.

Participação estudantil nas Ligas

A aluna de Enfermagem Maíra Baptista, presidente da Liga de Enfermagem Forense, diz que a iniciativa a ajudou a melhorar suas habilidades na gestão de trabalhos em equipe

A participação estudantil nas Ligas Acadêmicas existentes na Universidade permite que os alunos possam aprofundar em seus estudos de maneira mais dinâmica. Maíra Baptista, aluna do Curso de Enfermagem do Campus Coração Eucarístico, presidente da Liga de Enfermagem Forense e responsável pela criação da Liga junto com a aluna Mariana Braga e a professora Mônica Chaves, entende que a iniciativa das Ligas Acadêmicas ajuda os alunos na compreensão de temas importantes e na realização do networking com pessoas de suas áreas.

“A iniciativa ajuda muito a aprofundar conhecimentos, além de ser uma maneira dentro da própria Universidade de conseguir se especializar em uma área da sua preferência ou algum tema em que você tem mais dificuldade”, opina a aluna. De acordo com Maíra, a Liga a ajudou a melhorar suas habilidades na gestão de trabalhos em equipe, além de aprender mais sobre assuntos sobre os quais ela já tinha interesse. “Eu recomendo que as pessoas procurem as ligas, pois são uma forma muito boa de aprender, evoluir. A gente cresce não só no âmbito acadêmico, mas de outras formas também, pois participamos de muitos eventos, realizamos trabalhos”, conclui.

Para a aluna de Enfermagem Mariana Braga, vice-presidente da Liga, esse tipo de iniciativa influencia a produção de estudos por meio do estímulo realizado através da associação científica livre. “A gente produz porque gosta, dissertamos sobre aquele assunto porque gostamos e não porque está numa grade”, entende ela.
Segundo Mariana, esse desenvolvimento que a iniciativa possibilita sobre os estudos teóricos e práticos da enfermagem forense é imprescindível para a formação de novos profissionais no segmento ou até mesmo de pessoas que têm curiosidade em saber como é a área, o que aborda e assim expandir o campo de visão sobre as diferentes possibilidades existentes no Curso de Enfermagem.

Além disso, Mariana acredita que a liga traz benefícios sociais para os alunos, pois é um espaço de troca com pessoas da sua área de formação. “É onde você se encontra, onde você vai se reunir com amigos em comum, colegas de trabalho, pessoas que querem aquilo tanto quanto você e que vão dar valor àquilo. A liga é uma família e essa família é de grande importância para o seu crescimento dentro da academia”, conclui.

Luiz Guilherme Lima, aluno de Engenharia de Produção do Barreiro e atual presidente da PUCM3, liga universitária de mercado financeiro, também acredita que o trabalho das ligas e demais projetos são fundamentais para a formação profissional dos alunos. “É uma maneira de conhecer melhor a área e criar uma rede forte de networking”.

Ele conta que foi por meio da liga que pôde aprender mais sobre o mercado financeiro e desenvolver formas de analisar cenários micro e macroeconômicos. Ele diz que pôde também, com a participação na PUCM3, desenvolver sua relação com as finanças pessoais e sua forma de consumo, além de aprimorar seu relacionamento com as pessoas e a experiência com gestão de equipes. “A vivência em uma liga universitária complementa a graduação e desenvolve, de forma prática, o indivíduo para o mercado de trabalho. É uma experiência, a meu ver, fundamental para o nosso desenvolvimento”, complementa.

A aluna Mariana Braga, vice-presidente da Liga de Enfermagem Forense, acredita que a liga traz benefícios sociais para os alunos, pois é um espaço de troca com pessoas da sua área de formação
SAIBA MAIS

A PUC Minas mantém um grupo de estudos multidisciplinar para investigação e aplicação de abordagens, métodos e técnicas de análise de dados para tomada de decisão na área esportiva. O Sport Analytics (Span) é uma parceria entre o Instituto de Ciências Exatas e Informática, Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais e Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade. O grupo Span conta com os professores doutores Daniel Marangon Duffles Teixeira, da área de Gestão do Esporte e da Performance Esportiva, Ricardo Cesar Alves, da área de Gestão Estratégica em Organizações Esportivas, e Wladmir Cardoso Brandão, que atua na área de Computação e Inteligência Artificial, além de alunos dos Institutos participantes. O grupo aceita contribuições de interessados, que podem procurar pelos cursos vinculados aos institutos e que dialogam com o tema.

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