“Será um espaço de divulgação científica, por excelência, oferecendo sessões para as escolas e público em geral”. Foi assim que o Prof. Dr. Peter Leroy, idealizador do Planetário PUC Minas, o definiu em 2014. Falecido precocemente, o físico, curador de Astronomia do Museu de Ciências Naturais da PUC Minas à época e docente do Departamento de Física da Universidade, não viu seu sonho se concretizar. Mas, dez anos depois, seu legado tomou forma: uma cúpula de dez metros de diâmetro pronta para receber todos aqueles que tenham curiosidade de explorar o firmamento e conhecer os mistérios que cercam o espaço sideral.
O Planetário PUC Minas, inaugurado em abril deste ano, tem capacidade para cerca de 80 pessoas e é adjacente ao Museu de Ciências Naturais, compondo um centro de aprendizado e difusão do conhecimento. Aberto ao público de terça-feira a sábado, o Planetário recebe não apenas escolas em excursão, mas qualquer cidadão interessado em ciência, assim como sonhou o seu idealizador. Para o secretário de Cultura e Assuntos Comunitários da Universidade, Prof. Dr. Jorge Sündermann, é um local de fomento à educação por meio do entretenimento em um ambiente rico de arte, ciência e cultura, intensificando os esforços da Universidade de estudar, compreender, difundir e conservar o mundo. “Significa, portanto, para a Universidade, mais uma maneira de educar e ser base para a compreensão da vida, de suas relações e da importância de agirmos para sua preservação em uma perspectiva holística e integral”, afirma.
De acordo com a Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), existem 73 planetários no Brasil. Em Minas Gerais, são apenas dez. Além de ser uma importante aquisição para a Universidade, que vai aumentar sua visibilidade na comunidade educacional do país, o Planetário representa um avanço significativo na capacidade de divulgação científica do Museu de Ciências Naturais e da PUC Minas. “O Museu recebe 100 mil visitantes por ano. Com o Planetário, pretendemos aumentar a amplitude do nosso alcance educativo. Significa muito para a Universidade. Tanto para a PUC Minas quanto para o Museu, é um ganho incrível”, comemora o coordenador do Museu, Prof. Dr. Henrique Paprocki.
A ideia é ensinar ciência de modo lúdico e imersivo. Para isso, são oferecidas uma variedade de atividades educativas, como a exibição de filmes e documentários sobre astronomia, espaço sideral e outros temas no formato fulldome (360º). As sessões, conduzidas por um planetarista, podem ser personalizadas de acordo com o interesse do público. Também compõem a cartela de opções de atividades do Planetário a observação do céu noturno por meio de projeção; observações públicas regulares de eventos astronômicos, como eclipses, com pequenos telescópios à disposição do público; exposições interativas; palestras; conferências; e cursos com temas científicos. “É um excelente equipamento de divulgação científica que a PUC Minas ganha e que vai gerar muita visibilidade; ciência sendo divulgada e combate ao negacionismo”, sintetiza Henrique Paprocki.
A Profa. Dra. Kelly Faêda, curadora de Astronomia do Museu e coordenadora do Gaia, o Grupo de Astronomia e Astrofísica da PUC Minas, destaca que, além de contribuir para a formação de uma sociedade mais instruída ou esclarecida em ciência, o Planetário é um importante recurso educacional para a Universidade, pois promove a integração entre ensino, pesquisa e extensão, aliando teoria e prática, contribuindo para a formação não só dos visitantes, mas também dos estudantes universitários que atuarem no espaço. “O envolvimento dos alunos no Planetário pode proporcionar experiências enriquecedoras, complementando sua formação acadêmica. A ideia é que todos os cursos da Universidade possam explorar as inúmeras possibilidades que o Planetário oferece. “Destaca-se ainda o fato de que o Planetário, com suas novas iniciativas educativas e pedagógicas, será uma referência de aprendizado científico para as escolas em adição às atividades já praticadas pelo Museu e pela PUC Minas”, explica.
A construção do equipamento foi iniciada há dez anos, com subsídio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), mas finalizada com verba própria da Universidade. “A princípio, o Planetário será mantido pela bilheteria e por recursos da Universidade, mas nosso objetivo é buscar parcerias que nos auxiliem com os custos relacionados à manutenção e ao uso ampliado dos recursos, que são diferenciados para processos de ensino”, explica Jorge Sündermann.
SAIBA MAIS
O fulldome é um método de projeção de vídeos comumente empregado em planetários. Utilizando a perspectiva olho de peixe, que é dotada de grande distorção, os vídeos fulldome são projetados na superfície de uma cúpula (semiesferas completas ou parciais), proporcionando grande imersão.
Os ingressos para visitar o planetário podem ser adquiridos no site: https://ingressosmuseu.pucminas.br/