Multiplicadores da preservação

Projeto busca conscientização de crianças e adolescentes sobre o uso dos recursos naturais
Alunos da E.M. Padre Flávio Giammetta participam das atividades do projeto | Foto: Guilherme Simões
Alunos da E.M. Padre Flávio Giammetta participam das atividades do projeto | Foto: Guilherme Simões

Em 2 de agosto, alcançamos o Dia da Sobrecarga da Terra, momento em que a humanidade atingiu a demanda por recursos naturais superior à capacidade do planeta de produzir ou renovar esses recursos ao longo de 365 dias. O Brasil atingiu essa marca 10 dias depois. Os dados da ONG Footprint Network, que monitora informações relacionadas aos recursos naturais desde 1970, apontam para a urgência de um consumo mais consciente. O Engenharia Sustentável, projeto de extensão da PUC Minas Barreiro, tem o objetivo de trabalhar a sustentabilidade com crianças e adolescentes de escolas públicas, além da comunidade do entorno da Unidade, para ajudar a mudar o atual cenário de consumo. Contando com seis extensionistas, o foco do projeto, que teve início em 2018, é reduzir o uso de recursos naturais e formar multiplicadores dos processos que são trabalhados nas atividades.

Para a coordenadora do projeto e professora do Curso de Engenharia Civil, Rita Aparecida David, é essencial a conscientização para a preservação do planeta. “São estratégias para a formação de cidadãos conscientes sobre a importância de preservação do meio ambiente e, dessa forma, aprofundar o olhar para questões de sustentabilidade e começar a refletir sobre o bem-estar coletivo”, disse a professora.

As oficinas e atividades são realizadas nas escolas parceiras e também nos espaços da Universidade, como laboratórios. Atualmente, o Engenharia Sustentável tem parceria com a Escola Estadual José Miguel do Nascimento e com a Escola Municipal Padre Flávio Giammetta, alcançando crianças e adolescentes dos ensinos fundamental e médio na região do Barreiro, além dos familiares e da comunidade. Dentre as atividades ofertadas, estão a montagem de composteiras para o reaproveitamento do lixo orgânico e promoção de horta comunitária. “Queremos mostrar que é possível, por exemplo, usar os restos de alimento para gerar uma composteira que vai levar o húmus (adubo orgânico formado a partir da transformação biológica de resíduos orgânicos0) para a sua horta”, aponta Luma Kraemer, extensionista do projeto e aluna do Curso de Nutrição. Cabe aos estudantes das escolas parceiras o papel de multiplicadores do conhecimento, após saírem do projeto.

Além dessas atividades, o projeto também apoia a E.E. José Miguel do Nascimento com um sistema de captação de água para a horta da escola. Segundo o extensionista do Curso de Engenharia Civil Noel Neto, a ideia é projetar o sistema para que a própria comunidade escolar realize a execução. Para ele, participar do projeto é perpetuar a ideia de preservação para as próximas gerações. “Eu sou trilheiro, faço mountain bike, tenho muito contato com a natureza e é uma coisa que quero que as próximas gerações possam ter”, explica Noel.

O professor Victor Chaves, da Escola Estadual José Miguel do Nascimento, comentou a importância de trabalhar a preservação do meio ambiente desde cedo. “Os alunos, crescendo dentro desse meio, com essa consciência, com a implementação dos projetos, tendem a proteger e retirar da natureza apenas o essencial”, disse.

O projeto também envolve extensionistas do Curso de Nutrição. “A proposta relaciona-se diretamente com diversas disciplinas dos cursos da Unidade Barreiro, reforçando o caráter pluridisciplinar”, afirmou a coordenadora. Aproveitar o máximo dos nutrientes dos alimentos também é uma maneira de ser sustentável. Diante disso, o projeto realiza oficinas para ensinar alimentação saudável e reaproveitamento. Nas oficinas, os extensionistas falam do ciclo de um alimento e de como substituir ultraprocessados, dentre outros hábitos alimentares. “Falamos dos hábitos saudáveis, dos temperos prontos que podemos substituir, e aí entra a questão da horta. A gente tem um espaço em casa que é possível plantar uma cebolinha, uma salsinha, para servir de tempero no lugar dos prontos”, conta Luma. Também fazem parte das atividades a confecção de ecobolsas a partir de banners já descartados. Os extensionistas realizam a produção junto aos alunos, que ficam com as bolsas.

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