Fé e razão

O ser humano se institui, se aprimora e se torna mais humano à medida em que nutre sua inteligência com o conhecimento sobre o mundo que a ciência pode proporcionar e, de outro modo, à medida em que nutre sua fé em Deus, com a certeza, afinal, de que todos estamos acolhidos em seu Projeto maior, que é a plenitude da vida.

“O conhecimento aplicado eticamente e comprometido com os valores humanistas é um dos pilares do respeito à vida”
Professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães
Reitor da PUC Minas
Bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte

Por isso a defesa da razão, do conhecimento científico se integra com tanta perfeição ao Plano de Deus. É por meio do conhecimento que o homem pode superar grandes mazelas que impõe a si próprio, como a exclusão e a injustiça social; a intolerância, o desrespeito ao meio ambiente e à vida e tanto mais.

O conhecimento aplicado eticamente e comprometido com os valores humanistas é um dos pilares do respeito à vida. É o que nos permite abrirmo-nos ainda mais ao Mistério. É imperativo dizer, nesse sentido, que a desvalorização da ciência e do conhecimento não combina com o verdadeiro cristianismo. A razão comprometida com a dignidade e plenitude da vida é, na verdade, a expressão de algo maior, como nos ensina o Papa Francisco: a crença de que tudo está interligado: ciência e fé; homem e criação, sendo que devemos verdadeiramente considerar que a ciência é um grande recurso para a construção da paz.

Por isso, meu chamado a toda a comunidade acadêmica de que na PUC Minas todos nos coloquemos como testemunhas de que não pode haver oposição entre fé e ciência. Se a ciência realmente se move na busca de um mundo melhor para todos, ela está perfeitamente interligada aos valores do Evangelho e ao que Cristo cotidianamente nos ensina: o amor aos desvalidos, a promessa de um mundo melhor e a certeza de que a experiência de toda vida humana é a própria experiência de Deus.