Cultura do empreendedorismo na prática

Escola de Negócios forma alunos para as novas demandas do mercado
Foto: Guilherme Simões
Foto: Guilherme Simões

Um mercado de trabalho cada vez mais dinâmico e exigente requer mudanças no método de ensino. Os avanços tecnológicos, demandas das empresas e novas formas de empreender conduziram o Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais (Iceg) a fazer transformações nos currículos e estruturas dos cursos. Para simbolizar a nova etapa, o Instituto, que abriga as graduações de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas, adicionou “Escola de Negócios” ao nome. Nesta entrevista, conversamos com o diretor do Iceg Escola de Negócios, professor José Chequer Neto, sobre as novas tendências do mundo do trabalho e como a PUC Minas prepara seus alunos para essas transformações, formando profissionais diferenciados e preparados para uma sociedade complexa.

O que motivou a mudança do nome para Iceg Escola de Negócios?

A ideia de Escola de Negócios sobrepõe-se às antigas formações especializadas. Nós tínhamos administradores, economistas e contadores, todos com conhecimentos técnicos específicos e com uma visão de trabalho voltada para sua realidade profissional. Porém, percebemos uma transformação do mercado, que hoje requer uma formação mais ampla. A complexidade das empresas acarretou a necessidade de profissionais polivalentes. As principais escolas de negócios do mundo têm entendido que é necessário aproximar essas áreas e formar um profissional mais qualificado e preparado para as transformações econômicas pelas quais estamos passando.

Quais as principais transformações que vieram junto com a mudança?

Além da aproximação dos cursos, também passamos a oferecer novas estruturas curriculares voltadas para uma cultura empreendedora. Quando falamos sobre essa cultura, nos referimos à necessidade de habilitar os profissionais para um novo tipo de atuação no mercado, cujo viés fundamental é o ato de empreender. E o que é o ato de empreender? Antigamente, dizíamos que empreender era abrir seu próprio negócio. Não deixou de ser, mas, atualmente, também se relaciona ao espírito empreendedor dentro da organização em que trabalha. As empresas não querem mais profissionais qualificados para uma área específica e, sim, um indivíduo com visão mais ampla do mundo dos negócios.

Considerando as demandas do mercado, o que a Escola de Negócios faz para impactar a formação dos alunos?

A Escola de Negócios expandiu a cultura do empreendedorismo para toda a Universidade. Nós temos disciplinas optativas que são ofertadas aos alunos de todos os cursos. Talvez, no início, as pessoas se questionem por qual motivo um dentista, engenheiro ou psicólogo precise empreender. Estamos passando por transformações muito significativas no mundo do trabalho, que requerem habilidades gerenciais e de negócios em todos os perfis de formação. O ato de empreender está presente nas empresas e todos os profissionais precisam dessa qualificação para alcançar a atuação desejada pelo mercado de trabalho. Também temos o IdeiasLab, um hub de negócios que acolhe projetos de estudantes que desejam criar seus próprios empreendimentos. Esse laboratório proporciona a vivência de montar e desenvolver negócios. Outro ponto interessante é que as propostas de empreendimentos com bases tecnológicas podem ser recebidas pelo PUCTEC, um programa de aceleração da Universidade voltado para startups que promove a formação de novas empresas. As propostas selecionadas recebem o apoio acadêmico e inovador da PUC Minas, com mentorias, aulas sobre empreendedorismo e assessoria técnica. Além disso, todas as estruturas curriculares dos nossos cursos conduzem os alunos a terem um projeto que exige o desenvolvimento de empreendimentos ao longo da trajetória acadêmica.

Quais são os diferenciais da Escola de Negócios em relação a outras instituições de ensino superior e como ela se relaciona com a missão da PUC Minas?

Nós temos uma formação humanista sólida, que agrega valor ao diploma e à formação dos nossos alunos. Estamos vivendo um momento do mercado de trabalho em que as empresas não buscam apenas a especialização técnica dos profissionais, mas também a formação humana. Preparamos indivíduos preocupados com o respeito ao meio ambiente e às pessoas. As empresas estão ávidas por esse tipo de profissional, capaz de entender o impacto do seu trabalho no mundo e na sociedade. Acreditamos que a educação é algo transformador. Transformar as pessoas pela educação não é só fazê-las boas profissionais, mas também grandes cidadãs.

Qual é o perfil dos alunos formados pela Escola de Negócios?

Estamos abrindo as portas para que nossos alunos se engajem no mundo dos negócios e o mercado está respondendo de maneira muito positiva. Esses profissionais multifacetados são a preferência dos contratantes. Ter o empreendedorismo como eixo básico da formação estimula as pessoas a se qualificarem para serem mais desejadas pelo mercado de trabalho. Nosso objetivo tem sido criar as melhores condições para que nossos alunos tenham visibilidade no mercado de trabalho. O fruto dos nossos esforços pode ser visto, por exemplo, no Ranking Universitário da Folha (RUF) 2024, levantamento realizado pelo jornal Folha de S. Paulo, que destacou a PUC Minas como uma das quatro universidades mais valorizadas pelos empregadores no Brasil. Isso para nós é motivo de muito orgulho.

Atualmente, muitas pessoas – especialmente os jovens – pensam que é possível enriquecer rapidamente pela internet, sem a necessidade de uma formação universitária. O que você acha desse cenário e como a educação mantém sua importância?

As inovações provocadas pela transformação digital proporcionaram o surgimento de novos negócios e até mesmo novas profissões. Como todo ambiente disruptivo, vimos surgir, de um dia para outro, novos produtos, serviços e, de forma pouco sistematizada, a demanda por profissionais para esses novos mercados. Vemos com frequência o relato de jovens que têm se aventurado em atividades dessa nova economia com grande sucesso em curto espaço de tempo. Como todo nicho, a maturidade é muito rápida, o que passa a exigir desses profissionais preparo, conhecimento e competências que só uma sólida formação poderá lhe proporcionar para que o seu novo negócio ou profissão seja sustentável e não efêmero. Identificar a oportunidade é apenas o passo inicial de um negócio. Torná-lo perene é um desafio para profissionais competentes e de sólida formação, especialmente em mercados de alta competição.

SAIBA MAIS

Aproveite para ouvir o episódio Uma Escola de Negócios conectada com o futuro do PUC Play

https://open.spotify.com/episode/575gZl3m5ABJnOVb5XKMog