Saúde mental na contemporaneidade

A PUC Minas Betim como espaço de ação e reflexão
A - FOTO 1 PRINCIPAL

Novas tecnologias a todo o momento, ritmo acelerado de informações, projetos, trabalhos e mudanças significativas no estilo de vida. Tudo isto afeta, diretamente, a saúde mental das pessoas. Para saber lidar com as rápidas transformações do mundo atual, é preciso atenção à saúde mental, como explica a coordenadora do Curso de Psicologia do Campus Betim, Profa. Dra. Danúbia Godinho Zanetti. “Sempre que sentimos algum desconforto ou angústia, devemos procurar ajuda profissional para a promoção da saúde mental, que beneficia a qualidade de vida, autoconhecimento, ressignificações de processos, reconstrução de projetos de vida, fortalecimento da autonomia, entre vários outros benefícios”, explica.

De acordo com o último mapeamento global de transtornos mentais, realizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil possui a população com a maior prevalência de transtornos de ansiedade do mundo, tendo 9,3% dos brasileiros atingidos pela ansiedade patológica. Em seguida, aparece o Paraguai (7,6%), Noruega (7,4%), Nova Zelândia (7,3%) e Austrália (7%).

Para intensificar ainda mais o compromisso com a qualidade de vida dos alunos da PUC Minas Betim, o Curso de Psicologia e o Posto Médico, elaboraram o fluxo integrado de atendimento aos discentes. “O Protocolo Integrado de Acompanhamento, no âmbito da urgência subjetiva, representa um avanço no campo da saúde mental e produz um espaço de fala e acolhimento não só do sofrimento, mas também para a construção das estratégias de cuidado e de qualidade de vida”, ressalta a coordenadora do curso.

O fluxo consiste em uma rede de apoio envolvendo diversos setores do Campus, como a Pastoral Universitária, Apoio Comunitário, Central de Relacionamento, Biblioteca, Centro Veterinário, Posto Médico e corpo docente, no direcionamento, acolhimento e escuta daqueles que necessitam de cuidados e apresentam sinais de sofrimento mental, que podem ou não estar associados a manifestações fisiológicas, como dor, falta de ar, palpitação, náuseas e vômitos.

“Quando a Instituição cria um espaço para que as pessoas possam falar de si, ela também está possibilitando que esse indivíduo dê uma pausa na vida, olhe para si e pense: “O que eu estou fazendo? O que está me incomodando?”. Por incrível que pareça, poucos de nós temos a oportunidade de fazer isso e, com a escuta ativa de um profissional de Psicologia criando um ambiente para isso, quem está precisando de ajuda pode enxergar as coisas de uma maneira diferente”, explica o Prof. Moisés de Andrade Júnior, do Curso de Psicologia da PUC Minas Betim e integrante da urgência subjetiva do Núcleo de Referência em Psicologia.

Em casos de sintomas psicológicos acompanhados de queixas fisiológicas, a equipe do Posto Médico é responsável pelo atendimento, para avaliação e providências conforme protocolo institucional. Já o Núcleo de Referência em Psicologia (Nupsi) e a equipe do Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP) do Curso de Medicina da PUC Minas Betim podem ser acionados pelo Posto Médico, funcionários e professores quando identificados casos de urgências subjetivas, como ansiedade, humor rebaixado e ideação suicida para acolhimento, escuta ativa e atendimento.

“Quando colocamos em prática a escuta ativa, escutamos o paciente de um lugar em que conseguimos suspender nossos julgamentos, valores pessoais e questões individuais, para construir a história da pessoa e ajudar a construí-la, simbolizá-la e compreendê-la”, ressalta Moisés.

O documento elaborado pelo Curso de Psicologia e Posto Médico sobre os atendimentos de urgências subjetivas explica que a ansiedade pode vir acompanhada de sintomas como inquietação, cansaço constante, fragilidade, dificuldade de concentração, irritabilidade excessiva, tensão muscular e alterações no sono.

Para o diagnóstico do humor rebaixado é importante observar a intensidade e frequência de alguns sintomas que persistem, como queda de energia, baixa autoestima, perda de interesse por tarefas que antes eram consideradas satisfatórias, pessimismo e higiene precária.

Já a ideação suicida se expressa pelo recorrente pensamento de morte ou da eliminação imediata de uma dor considerada intensa, que se manifesta desde uma exposição verbal dessa vontade até a elaboração de um plano detalhado e específico de como concretizar o autoextermínio.

Fernanda Almeida Rodrigues, aluna do Curso de Psicologia, é uma das monitoras que atua no Núcleo de Referência em Psicologia | Foto: Guilherme Simões

Atendimento qualificado

O plantão de atendimento para as urgências subjetivas é constituído de um a três encontros e conta com a participação de professores supervisores e alunos monitores. Para colocar o fluxo em prática, o professor Moisés trabalhou na conscientização da comunidade acadêmica sobre ansiedade, humor rebaixado e ideação suicida, e realizou um trabalho de capacitação, destinado aos alunos monitores, para atendimento qualificado e humanizado.

Fernanda Almeida Rodrigues, discente do Curso de Psicologia da PUC Minas Betim, é uma das monitoras que atua na linha de frente desse atendimento. Para ela, o espaço de acolhimento e escuta criado no Campus merece destaque. “No Nupsi, por vezes, recebemos retorno daqueles que já foram atendidos. Caso de humor rebaixado, em que o aluno não comparecia há dias na unidade e que, após o atendimento realizado, retornou às suas atividades escolares. Já tivemos contato, também, com discente que apresentava sinais de ideação suicida, caso em que o direcionamento correto possibilitou-nos, posteriormente, o retorno sobre a importância do acompanhamento em sua vida, que evitou danos maiores”, ressalta.

Por fim, Fernanda relata que a experiência na monitoria tem sido de grande valia e aprendizado. “Estou tendo a oportunidade de colocar em prática a teoria aprendida no curso e adquirir experiência no auxílio em urgência subjetiva da saúde mental. Todo o nosso trabalho é pautado em práticas e reflexões éticas e, por isso, é importante destacar o desenvolvimento de habilidades para lidar com situações específicas que se desvelam durante os atendimentos”, diz.

SAIBA MAIS


MAS, AFINAL, O QUE É SAÚDE MENTAL?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como “um estado de bem-estar mental que permite às pessoas lidar com os momentos estressantes da vida, desenvolver todas as suas habilidades, aprender e trabalhar bem e contribuir para a melhoria de sua comunidade”.

COMO CUIDAR DA SAÚDE MENTAL

  1. Faça psicoterapia;
  2. Inclua exercícios físicos na rotina;
  3. Tenha uma alimentação saudável;
  4. Esteja em dia com os exames periódicos;
  5. Introduza hobbies e práticas de lazer em seu dia a dia.

Ouça o podcast sobre o tema.


Temas Relacionados

Fale Conosco